Cinema, leituras, música e visitas fecham comemorações do centenário de José Saramago

José Saramago

O MIRANTE associou-se às celebrações, através da publicação regular de textos de, e sobre Saramago, e vai editar poemas do livro Poemas Possíveis, no dia do centenário, 16 de Novembro, que é também o dia de aniversário do jornal.

Um ciclo de cinema dedicado a José Saramago, leituras das suas obras, visitas guiadas à fundação, em Lisboa, e à sua casa em Lanzarote encerram as comemorações do centenário do escritor, que se assinala no dia 16. Na Azinhaga, aldeia natal do escritor, será plantada a centésima árvore, no âmbito do projecto “100 oliveiras para Saramago”.

As comemorações arrancaram no dia 16 de Novembro de 2021, dia em que José Saramago completaria 99 anos, e decorreram ao longo de todo o ano 2022, com algumas actividades a estenderem-se até 2023, culminando oficialmente no dia dos cem anos do Nobel da Literatura português, para o qual está reservado um “programa intenso”, de acordo com a Fundação José Saramago.

Antes disso, no dia 14 de Novembro, terá início um ciclo de cinema na Cinemateca Portuguesa, em Lisboa, que se estende até dia 19, integrando as “mais importantes adaptações retiradas da sua obra e alguns dos documentários sobre a sua figura”, segundo informação da Cinemateca.

Nos mais de 40 títulos que escreveu, Saramago foi o criador de um estilo literário único, que funde o erudito e o popular, integrando “a riqueza da tradição literária portuguesa com traços narrativos da oralidade”, e introduzindo nas suas histórias um “experimentalismo orgânico”, que estilisticamente se expressa na supressão da pontuação.

Além disso, as suas histórias ligam-se a um “projecto ético e político”, que se materializa “na construção de mundos ora utópicos, ora distópicos”, com um “olhar sobre a humanidade”, que “foram propícios à sua adaptação cinematográfica, dando origem a múltiplos projectos nacionais e internacionais”, destaca a Cinemateca.

Outra iniciativa prevista para dia 15 é mais um encontro-debate, integrado no ciclo “Legados Saramaguianos”, que têm estado a decorrer com participação de vários escritores portugueses, e que consistirá numa conversa entre o escritor Gonçalo M. Tavares e Carlos Reis, na Biblioteca Palácio Galveias, em Lisboa.

As comemorações do centenário têm um ponto alto no dia 16, quando passam 100 anos sobre o nascimento do escritor, em que a Fundação José Saramago programou diversas actividades, a começarem logo às 10:00, com milhares de alunos de escolas de Portugal, Espanha e outros países a lerem excertos de romances de José Saramago.

Na delegação de Azinhaga, concelho da Golegã, distrito de Santarém, aldeia natal de José Saramago, será plantada a centésima árvore, no âmbito do projecto “100 oliveiras para Saramago”.

O projecto nasceu da angústia manifestada pelo escritor ao constatar que os olivais que rodeavam a sua aldeia tinham desaparecido, o que descreveu como uma espécie de “golpe no coração” que o fez sentir como se lhe “tivessem roubado a infância”.
Cada uma destas árvores receberá o nome de uma personagem saramaguiana.

A festa termina à noite, no Teatro Nacional de São Carlos, com a apresentação da ópera “Blimunda”, de Azio Corghi, com encenação de Nuno Carinhas, numa nova produção desta obra inspirada na personagem principal do romance “Memorial do Convento”, que se estreou a 20 de Maio de 1990, no Teatro Scala de Milão.

A fundação deixa ainda um convite a todos os leitores de José Saramago espalhados pelo mundo para que participem nos festejos através das redes sociais, partilhando a suas passagens favoritas de livros do escritor com a etiqueta #Saramago100.

Até dia 8 de Janeiro, vão manter-se duas exposições dedicadas ao Nobel português da Literatura, uma no Museu Nacional de Arte Contemporânea, em Lisboa, que teve inauguração no dia 23 de Setembro, e outra na Biblioteca Nacional de Espanha, em Madrid, que abriu no dia 09 de Novembro.

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