Nas mudanças de estação começamos a assistir e sentir alguns sinais de consentimento do nosso corpo para as mudanças que se adivinham. A Natureza é sábia e o nosso corpo, como parte integrante de todo um ecossistema, começa a mudar-se para a adaptação a um novo ritmo, um novo ciclo, descidas de temperaturas, dias mais curtos, outros alimentos. Parece simples, mas é um processo que exige alguma atenção e preparação sob pena de podermos verificar alguns invasores que não pretendemos, como as tão temidas infeções respiratórias.

Para as prevenir é fundamental fazermos uma alimentação variada e equilibrada, praticar exercício físico, dormir bem, cumprir as regras da etiqueta respiratória, lavar as mãos e fazer uma correta higiene nasal. Mas, para além disto, podemos ajudar o nosso sistema imunitário.

Como podemos então prepararmo-nos para a chegada do outono?

O nosso sistema imunitário é composto por milhões de bactérias (temos mais bactérias que células no corpo) que residem no nosso intestino. A qualidade e resistência dessas bactérias estão intimamente ligadas com a nossa alimentação, com a atividade física que praticamos, com o nosso sistema nervoso central, e por isso depende de nós.

A alimentação deve mudar de acordo com os novos alimentos da época que já contribuem para o tipo de agressões que habitualmente surgem nesta altura do ano – acelgas, abóboras, avelãs, batata-doce, castanhas, cenouras, cogumelos, dióspiro, marmelos, nozes, romã, peras, tangerinas, uvas.

O que têm em comum a maior parte destes alimentos? Muitos deles são nutricionalmente ricos em antioxidantes, vitaminas C e E, tudo o que precisamos para combater o frio em condições.

Este também é o momento para suplementarmos a nossa alimentação com probióticos.

O que são os probióticos?

Como o próprio nome indica, pro – pela, a favor de; bios – vida. São grandes contributos para repovoarmos e reforçarmos o nosso intestino, onde reside a nossa microbiota, com boas bactérias na esperança que se tornem dominantes com as já existentes, e que contribuam para melhorar a qualidade e, assim, combater possíveis distúrbios gastrointestinais.

Também atuam na recuperação da microbiota intestinal após o uso de antibiótico (anti bios, o oposto de probiótico no sentido que elimina todas as bactérias do intestino, saudáveis e más); fortalecem as atividades gastrointestinais; combatem organismos que causam doenças, através de compostos antimicrobianos; estimulam o sistema imunológico; promovem o alívio em casos de constipação; são indicados para lidar com diarreia e outros; e ajudam na absorção de micronutrientes importantes, como minerais e vitaminas.

E como podemos escolher um que mais se adeque a cada um de nós? Cada pessoa é única, tem um historial único e uma microbiota única. Está intimamente relacionada com o local onde nascemos, a forma como nascemos e inclusive os micro-organismos que nos são passados no parto e, claro, como nos alimentamos. Devemos informarmo-nos junto de profissionais que nos ajudem, mediante o nosso historial, para indicarem quais os alimentos que melhor se adequam ao nosso caso.

No entretanto, atrevo-me a dizer que é melhor fazermos o que está ao nosso alcance para acelerar este processo. O conselho é o do costume, comermos melhor, dormirmos melhor, exercitarmo-nos mais, relativizar o que não importa da nossa vida e, no fundo, sermos mais felizes.

Filipa Taxa Araújo

Coach de Nutrição Integrativa