O MIRANTE dos Leitores | 01-08-2022 19:58

Quem se ouve em Portugal?

Júlia Bernardino

Os comentadores políticos e de entretenimento são sempre os mesmos, os grandes pensadores que dão as suas opiniões, nas revistas e jornais de grande tiragem, são selecionados de entre um leque de personalidades já conhecidas.

Há quem diga que em Portugal o mundo se mantém estático e não avança… Há também vozes que se erguem na procura incessante de melhores e mais justas condições para todos os portugueses e portuguesas;

E, por fim, há todo um grupo que se refere a Portugal como um país de sérias injustiças e que, cada vez mais, tende a aumentar o fosso já existente entre as classes sociais.

Realmente existem várias situações acerca das quais nos podemos debruçar, de forma a verificar se estes pensamentos terão, ou não, algum fundo de verdade. As televisões portuguesas, as nossas revistas, a rádio, a imprensa, enfim, os MEDIA em geral, estão reduzidos a apresentarem sempre os mesmos rostos e as mesmas vozes. Os comentadores políticos e de entretenimento são sempre os mesmos, os grandes pensadores que dão as suas opiniões, nas revistas e jornais de grande tiragem são selecionados de entre um leque de personalidades já conhecidas, e os concursos e os comentários que vão aparecendo também favorecem, na maior parte das vezes, não ilustres desconhecidos, esses rostos anónimos que circulam entre nós de magníficos pensadores e/ou contadores de histórias, mas sim os famosos que se movem por todo um palco de rostos que povoam as capas das revistas nacionais e que são as sensações do momento nas pesquisas da Internet.

A política pouco traz de novo, a não ser a digladiação entre os militantes dos vários partidos políticos que ainda defendem as ideologias há tanto registadas nos seus cartazes, mas nunca postos em prática: isto porque, num país tão pequeno como Portugal, mas com uma representatividade tão excessiva, a Assembleia une as mãos e agarra com firmeza todos aqueles que podiam muito bem não fazer parte da grande família com assento parlamentar, mas como já pertencem à “prata da casa”… Logo, e percebe-se bem, os pensamentos e os interesses defendidos serão apenas os de uma minoria, independentemente da cor que professam! 

Poucos são os que investem no futuro e na mudança. Quando alguém o faz, vozes críticas levantam-se, talvez movidas pelo medo face à inovação, talvez porque não sabem o que pensar, e então critica-se e destrói-se e assim se vai por esse Portugal fora, como numa auto-estrada, os automóveis em carreirinha, uns atrás dos outros.

Felizmente que já há meios de comunicação de massa a contestarem este paradigma que alguns apelidam de, e desculpem-me a expressão tão portuguesa, “Maria vai com as outras”!

Na nossa região temos uma voz, todos nós, os desconhecidos, e há um jornal ribatejano que nos dá essa voz, a nós, a esta tão grande maioria que só assim pode ser audível. É nesse jornal que escrevo esta crónica.

Júlia Bernardino

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