O MIRANTE dos Leitores | 06-11-2022 14:59

O Dr. David Durão não devia era ter tempo para ser director de Cardiologia

No início de Outubro, o director do Serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), David Durão, foi destituído do cargo que ocupava há cerca de dois anos.

No início de Outubro, o director do Serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT), David Durão, foi destituído do cargo que ocupava há cerca de dois anos. A administração daquele centro hospitalar diz que foi por “incapacidade” em assegurar um nível satisfatório nas escalas.
O visado, em declarações a O MIRANTE, disse que não tinha nada que andar à procura de médicos para contratar. E, segundo sei, até já deixou o Serviço Nacional de Saúde, decisão que, como pagador de impostos e utente do SNS, me deixa feliz.
Na minha opinião e olhando para os muitos empregos que o Dr. Durão acumulava e acumula, era uma questão de tempo (ou de coragem da administração hospitalar), até suceder o que sucedeu. Como diz um antigo, mas sempre actual, ditado popular: ‘quem muitos burros toca, algum deixa para trás’. E neste caso era o burro do Serviço Nacional de Saúde que devia estar a ficar para trás.
O Dr. David Durão não devia ter tempo para ser director de Cardiologia do Centro Hospitalar do Médio Tejo. Não tenho dados para colocar em causa as suas qualidades médicas, mas trabalhando ele no hospital CUF Santarém, em acumulação com o SNS, desde Abril de 2018 e, também em acumulação – segundo dados disponibilizados pelo próprio na sua página do Linkedin – na Clinifátima (desde Janeiro de 2008), na Cedile (desde Janeiro de 2011) e na Affidea (desde Janeiro 2012), só se fosse um super homem é que conseguiria dar conta do recado.
Nestas coisas – parece-me a mim – onde é mais fácil alguém baldar-se, digamos assim, é nos serviços públicos. Os privados não dão baldas e fazem controle de qualidade e de produtividade a sério, porque têm que facturar.
Parabéns ao Dr. David Durão, por ter deixado de facturar ao Serviço Nacional de Saúde por um serviço que lhe era praticamente impossível realizar plenamente e parabéns ao Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo por fazer o que, infelizmente, raramente é feito.
Fernando de Carvalho

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