A Palavra dos Leitores | 04-03-2022 12:52

Solidariedade e Resiliência 

Júlia Bernardino

A Ucrânia, país situado no velho mundo e cuja fronteira com outros países europeus, da Europa dos 27, faz dele o último reduto que a Rússia quer transpor, de forma a atingir a União Europeia.

O que move o ser humano a unir-se em prol dos demais? Certamente o conjunto de interesses, de identidade entre as pessoas, de crenças, hábitos ou tradições será, na maioria das vezes, o grande impulsionador. Não esqueçamos, contudo, o fator mais importante e relevante de todos: a bondade do ser humano!  

Foi, de facto, a bondade e a compreensão que conduziu uma grande parte do mundo a apoiar um país que vê o seu universo a ruir, devido a um ato de insanidade e de procura de poder por parte de um déspota, que quer ver, a todo o custo, o seu mundo cada vez maior.

Com a modernização da sociedade, a partilha de crenças, de hábitos e de tradições foi suplantada por outros valores: a ânsia do poder e a vontade de comandar destinos, que em nada são seus, na tentativa de forçar a humanidade a vergar-se aos desejos da ditadura que, infelizmente, ainda se move impunemente na esfera terrestre.

E tal é o que se passa na Ucrânia, país situado no velho mundo e cuja fronteira com outros países europeus, da Europa dos 27, faz dele o último reduto que a Rússia quer transpor, de forma a atingir a União Europeia. 

Ainda que não quiséssemos acreditar, que ainda vivêssemos na quimera e no sonho, tal era expectável! 

O mundo une-se, então, em torno da Ucrânia, defendendo o seu povo e demonstrando-lhe o seu apoio: Países há que, tal como a Suíça, deixaram a sua posição de neutralidade e mostraram-se hermeticamente fechados para com a Rússia, vedando deslocações terrestres e aéreas, retirando o seu apoio económico e o SWIFT das operações da banca russa. 

Os Estados Unidos da América, a Alemanha, a Polónia, a Nato, Portugal, e tantos outros, unidos numa grande onda de solidariedade a um povo resiliente, que resiste às investidas e aos mísseis que destruíram, já, edifícios e ceifaram vidas inocentes. 

Na própria Rússia, há manifestações contra Putin: querem que termine com estes ataques insanos! Presos foram, todos os que contra ele teimaram em erguer a voz…

E uma onda de solidariedade invade o povo português, hospitaleiro de natureza e sempre disposto a auxiliar o próximo. Por todo o país há postos de recolha de bens alimentares e de primeiros socorros: as crianças selecionam brinquedos para os meninos da Ucrânia; roupas, sapatos, rações para animais, de tudo um pouco para ajudar quem se encontra à beira de nada ter!

Comunidades educativas unem-se nesta grande onda de solidariedade: em Vialonga, a população acorre à EBS munida de sacos cheios de um pouco de tudo. 

Apesar da tristeza que nos invade a alma perante a Guerra – uma guerra nunca deixa ninguém indiferente, nem o mais apático de entre nós – a onda de solidariedade que por todo o mundo se faz sentir, confere-nos uma certa esperança que ainda nos leva a acreditar no dia de amanhã.

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