Cultura | 22-01-2019 07:00

Museu do Neo-Realismo quer receber espólio da Fundação Mário Soares

Museu do Neo-Realismo quer receber espólio da Fundação Mário Soares

Vila Franca de Xira disponível para ser alternativa à Torre do Tombo.

O presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita (PS), manifestou a disponibilidade do seu município, através do Museu do Neo-Realismo (MNR), para acolher a totalidade ou parte do espólio da Fundação Mário Soares.

O MNR tem um dos arquivos mais modernos do país e é palco frequente de visitas de investigadores de todo o mundo em torno de diversas temáticas, em particular sobre o período neo-realista. “Queremos mostrar a nossa disponibilidade para ficar com parte ou a totalidade do espólio da fundação. Isso honrar-nos-ia bastante, seria um grande privilégio. Queremos dizer presente. Mário Soares foi uma figura ímpar da democracia portuguesa. A liberdade e a democracia de que o país hoje goza deve-se a muitos e um deles foi o Mário Soares”, refere Alberto Mesquita.

A Fundação Mário Soares sempre teve uma ligação próxima com Vila Franca de Xira e chegou a colaborar com várias exposições realizadas no MNR, entre elas a que versou sobre o campo de concentração do Tarrafal, em 2010, que contou com a presença do próprio Mário Soares. O MIRANTE contactou a Fundação Mário Soares para obter uma reacção às declarações de Alberto Mesquita mas não recebeu qualquer resposta até à data de fecho desta edição.

Passados nove anos a fundação guarda um vasto espólio documental, em particular sobre a história dos países africanos de língua portuguesa, mas atravessa um período financeiro conturbado. Em causa está o destino a dar ao espólio caso a fundação venha a fechar portas. Um dos locais equacionados pelo governo para guardar o espólio é o Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Agora Vila Franca de Xira quer mostrar-se como alternativa.

Um vasto conjunto de arquivos
Entre outros, a fundação tem na sua tutela um conjunto de arquivos da Resistência Timorense, espólios do líder da luta pela independência da Guiné-Bissau Amílcar Cabral (1924-1973), do ex-sacerdote José Felicidade Alves (1925-1998), entre muitos outros. Tem ainda à sua guarda, entre outros, trabalhos de nomes como os do investigador Abel Salazar, do líder republicano Afonso Costa, do Presidente da I República, Bernardino Machado, do matemático Bento de Jesus Caraça, do editor Francisco Lyon de Castro, o pioneiro da televisão em Portugal, João Soares Louro, antigo presidente da RTP e da RDP, do advogado e dramaturgo Luiz Francisco Rebello, do pintor Malangatana e do escritor Manuel Teixeira Gomes, embaixador de Portugal em Londres.

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