João Silva nasceu no Verdelho e quer vingar na música como DJ
“Vox Kash” é o nome artístico que João Silva escolheu quando começou a dedicar-se a 100% à música. Nasceu no Verdelho, mas vive na Torre do Bispo, no concelho de Santarém, onde tem um pequeno estúdio para produzir as suas músicas. A sua evolução enquanto DJ (Disk Jockey) deu-lhe a possibilidade de inaugurar um reconhecido festival na Figueira da Foz.
É num pequeno estúdio na Torre do Bispo, concelho de Santarém, que João Silva produz a sua música e sonha um dia sentar-se à mesa com os melhores DJ’s (Disk Jockey) do país. As horas de trabalho diário no pequeno espaço situado na casa da sua família já lhe valeram uma grande conquista; em Julho deste ano foi convidado para abrir o RFM Somnii, na Figueira da Foz, considerado um dos melhores festivais de Verão do país. Tocou para cerca de mil pessoas, um feito que considera ter sido o maior na sua carreira de sete anos.
Embora tenha mais de 10 mil seguidores nas redes sociais e uma agenda de trabalho frequentemente preenchida, “Vox Kash”, nome artístico de João Silva, sabe que tem de manter os pés assentes na terra para não deitar tudo a perder.
De origens humildes, João Silva nasceu no Verdelho, em Santarém, e desde cedo percebeu que a criatividade era uma característica que o diferenciava das outras crianças. Nunca foi um aluno de quadro de honra, mas sentiu sempre obrigação de não desiludir a família e por isso trabalhou o suficiente para ficar com o 12º ano de escolaridade na área da informática. Fez estágio profissional durante um ano e foi aí que percebeu que tinha de voltar a estimular a sua criatividade e retomar o que tinha começado dois anos antes, quando começou a mexer numa mesa de som pela primeira vez.
Tocou em vários bares, mas foi nas festas da Póvoa de Santarém, em 2015, que tocou pela primeira vez para uma plateia com mais pessoas. “Foram os primeiros a apostar em mim. É com muito gosto que este Verão vou lá voltar, com outra experiência, mas sempre com o mesmo sentimento de estar a tocar em casa e para os meus”, conta a O MIRANTE, com um sorriso no rosto, acrescentando que o primeiro grande evento onde actuou foi nas festas de São José em 2018.
A identidade da música que toca é electrónica. É um som pesado, mas também comercial, para poder agarrar o público. Já produziu centenas de músicas e escreveu o mesmo número de melodias. Trabalha pela noite dentro, dorme durante toda a manhã, e volta à mesma rotina sem falhar um dia dos sete que a semana tem. Feitas as contas, são mais de 15 horas por dia a trabalhar. “Tenho conseguido viver da música, conto com a ajuda dos meus pais, mas não é uma profissão muito estável. De repente ficamos na corda bamba”, afirma.
Gastou dois mil euros do próprio bolso no seu estúdio, mas mais do que nas tecnologias, confia nas suas ideias e na sua criatividade. “Na cultura, seja ela de que área for, a originalidade e inovação são algo que conta muito. O mercado está muito competitivo e é preciso estar em constante renovação”, refere.
João Silva sabe que a imagem vende e não hesita em afirmar que se sente muito seguro com a sua. Gosta de ser magro, tem um corte de cabelo arrojado e costuma andar de calças largas e normalmente rasgadas. Não tem namorada mas ser solteiro é um estado civil que gostava de preservar para continuar a dedicar-se ao seu projecto musical. Embora goste da “noite”, não comete muitos exageros porque sabe que “um pé em falso pode ser a morte do artista”.
Gosta de viver na província mas não tem dúvidas de quem um dia vai ter de dar o salto para uma grande cidade. Nas próximas semanas João Silva vai percorrer algumas festas no concelho de Santarém, nomeadamente em Malhou e Alcanhões e vai tocar em Góis, na concentração motard.