Edição Semanal. Maratona cultural assinala feriado municipal no Sardoal
Após dois anos de paragem as Festas do Concelho do Sardoal tiveram início no dia em que se comemoraram os 491 anos da elevação à categoria de vila.
22 de Setembro foi dia de festa no Sardoal. As cerimónias oficiais do feriado municipal iniciaram-se pela manhã, com a guarda de honra da Filarmónica União Sardoalense e dos Bombeiros Municipais, seguida da entrega de distinções aos funcionários da autarquia com 25 anos ou mais de serviço e também aos que se aposentaram nos últimos anos.
Pela tarde, as Festas do Concelho foram marcadas pela sessão solene, no edifício dos Paços do Concelho, com a presença de Pedro Machado, presidente da Entidade Regional de Turismo do Centro. Entre os convidados estavam também Manuel Valamatos, Vasco Estrela e Jorge Faria, presidentes das câmaras de Abrantes, Mação e Entroncamento, respectivamente, bem como Luís Filipe, vogal executivo da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro e José Alho, vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo.
Miguel Borges, presidente da Câmara do Sardoal, focou o discurso nos progressos da sua autarquia, dando especial ênfase à cultura e ao desenvolvimento educativo. Pedro Machado falou de seguida, agradecendo o convite e referindo que o Sardoal se enquadra em cheio na nova tendência turística, a procura de locais mais isolados, longe do mar, como a oferta cultural e patrimonial que a vila tem.
A comitiva encaminhou-se então para a Igreja Matriz, onde Miguel Borges inaugurou o Centro de Interpretação da Semana Santa e do Património Religioso. O autarca exemplificou à entrada como funciona o sistema, lendo o “QR code” no seu telemóvel e depois encostando o mesmo ao microfone da igreja. Todos ouviram com atenção a descrição e contemplaram o templo.
A capela de Nossa Senhora do Carmo, recentemente restaurada pelo município, foi o destino seguinte. É ali o ponto de partida do Centro de Interpretação que dá a conhecer as tradições da Semana Santa na vila. É possível, por exemplo, criar virtualmente um tapete de flores, imagem de marca do Sardoal. Nas capelas e igrejas estão disponíveis os “QR Codes” que, através de áudioguias, permitem ao visitante ficar a conhecê-las em detalhe.
A paragem seguinte foi a Mostra de Saberes e Sabores, onde pontificaram o artesanato e gastronomia local e também a animação musical. O Centro Cultural Gil Vicente acolheu depois a comitiva que inaugurou a exposição “O Inferno em Gil Vicente segundo o imaginário de José Carlos Barros”. Miguel Borges falou da relação do dramaturgo com a vila e das menções à mesma em várias das suas obras. Já o artista plástico enquadrou a sua mostra, que consta de 14 marionetas, “peças escultóricas de elevado recorte e requinte”, que representam personagens do Auto da Barca do Inferno. As peças foram criadas para a produção das “Marionetas de Lisboa”, peça estreada no Teatro Nacional D. Maria II em 1986.
A finalizar, Miguel Borges encaminhou os convidados para o auditório do Centro Cultural, onde apresentou o Arquivo da Memória. O projecto engloba registos fotográficos, documentos antigos, vídeos e entrevistas que têm vindo a ser feitas nos últimos anos com figuras marcantes da sociedade local recorrendo à história contada na primeira pessoa. As Festas do Concelho estenderam-se até domingo.