Cultura | 04-10-2022 12:00

Ribatejo anda a reboque do Alentejo na promoção turística

Para o presidente do Turismo do Alentejo e Ribatejo, Vítor Fernandez Silva, a junção das duas regiões na mesma Entidade Regional de Turismo é um “problema que nunca foi resolvido”

Para o presidente do Turismo do Alentejo e Ribatejo a junção das duas regiões na mesma Entidade Regional de Turismo é um “problema que nunca foi resolvido” e que levou o Ribatejo a andar “a reboque” do Alentejo do ponto de vista turístico durante muito tempo. As críticas de Vítor Fernandez Silva ouviram-se na segunda reunião do Conselho Consultivo da ERT para a Lezíria do Tejo, um organismo criado para responder aos “desafios específicos” do Ribatejo.

A junção do Alentejo e do Ribatejo – duas regiões com “identidades muito distintas” – debaixo da alçada da mesma Entidade Regional de Turismo (ERT) é um “problema que nunca foi resolvido” e que levou o Ribatejo a andar durante muito tempo “a reboque” do Alentejo em termos turísticos. Quem o diz é o presidente do Turismo do Alentejo e Ribatejo Vítor Fernandez Silva, que se pronunciou contra a decisão administrativa que “desmantelou” a antiga Região de Turismo do Ribatejo, com os respectivos municípios a ficarem sob a alçada do Alentejo.
A confusão é ainda maior quando se fala da agência externa incumbida da promoção dos dois territórios nos mercados externos, à qual Vítor Fernandez Silva também preside. “A Agência de Promoção Turística do Alentejo não pode passar a incluir o Ribatejo no nome porque o Turismo de Portugal não autoriza, portanto todo o território ribatejano é internacionalmente promovido debaixo da marca Alentejo”, lamenta o responsável.
As críticas de Vítor Fernandez Silva fizeram-se ouvir na segunda reunião do Conselho Consultivo da ERT para a Lezíria do Tejo, que decorreu a 22 de Setembro na DESMOR – Rio Maior Sports Centre. Reunindo representantes das 11 autarquias da Lezíria e empresários do sector turístico de cada concelho, este órgão foi criado com a missão de reflectir e responder aos “desafios específicos do Ribatejo”. Entre esses desafios, Vítor Fernandez Silva aponta o dedo ao facto de alguns municípios da região continuarem “de costas voltadas para o Tejo”. O problema não é de hoje, mas não é exclusivo do Ribatejo, reconhece: “Lisboa também viveu muitos anos de costas voltadas para o Tejo e só muito recentemente começou a mudar isso”.

Torricado, campino e fandango candidatos a património cultural
Para alavancar o turismo na região Vítor Fernandez Silva defende que há que começar por valorizar os produtos regionais. É o caso do torricado, do campino e do fandango, ex-líbris ribatejanos que o Turismo do Alentejo e Ribatejo quer elevar a património cultural imaterial. Numa primeira fase as candidaturas vão decorrer a nível nacional, explica o presidente. “Só depois de se obter o reconhecimento nacional se pode equacionar uma candidatura internacional”.
Entre as medidas discutidas pelo Conselho Consultivo da ERT para a Lezíria do Tejo, destaque ainda para a criação das Jornadas do Ribatejo, uma oportunidade para municípios e empresários discutirem uma “estratégia comum” para o desenvolvimento turístico na região. Com modelo ainda a definir as jornadas deverão acontecer em Março de 2023.

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