Ana Sofia Costa, que nasceu com distrofia muscular, uma doença degenerativa que a deixou numa cadeira de rodas, vai integrar a selecção nacional que vai competir nos Jogos Paralímpicos que se realizam em Tóquio (Japão) em 2020. A selecção portuguesa só conseguiria o apuramento se conquistasse a medalha de ouro no Open da Póvoa de Varzim, que decorreu entre 28 de Outubro e 6 de Novembro. E foi o que aconteceu.

A jovem é a primeira utente do Centro de Apoio a Deficientes João Paulo II, em Fátima, a participar em provas internacionais de boccia e agora conseguiu o feito de se apurar para a competição mais importante a nível mundial. O treinador David Henriques admite a O MIRANTE que foi uma vitória muito difícil e quando já ninguém acreditava no apuramento ele aconteceu. “Foi um ano muito difícil, de muito trabalho, muita entrega e algumas desilusões, mas no final o sonho do nosso objectivo foi cumprido. Estamos todos muito felizes”, afirmou.

Ana Sofia Costa tem 23 anos, é tetraplégica e começou a praticar a modalidade há cerca de nove anos. A chamada à selecção nacional de boccia aconteceu no ano passado e já participou em diversas provas internacionais no Canadá, Itália, Finlândia e Espanha. A seu lado tem Celina Lourenço, 39 anos, sua parceira de competição e funcionária do Centro de Apoio a Deficientes João Paulo II. Devido à incapacidade física de Ana Sofia, que não consegue utilizar as mãos nem os pés, Celina tem que treinar e participar em todas as provas. Antes de ser chamada à selecção nacional treinavam três vezes por semanas. Agora treinam duas vezes por dia, todos os dias.