Desporto | 10-01-2020 18:00

Acrobática da Euterpe Alhandrense com ambições fortes e equipa renovada

Acrobática da Euterpe Alhandrense com ambições fortes e equipa renovada

A ginástica da colectividade de Alhandra renovou a equipa técnica para enfrentar mais uma época desportiva em que se quer afirmar no campeonato nacional e continuar a somar títulos e medalhas.

Chegou a hora do treino. São uma centena de jovens a treinar ginástica acrobática na Sociedade Euterpe Alhandrense. A modalidade é um caso de sucesso desportivo desde há oito anos, com participações em mundiais, europeus e uma vasta colecção de títulos nacionais. Para a nova época conta com uma equipa técnica totalmente renovada, com uma aposta assumida na formação e ambição de novas conquistas.

“A qualidade só se consegue através de um bom recrutamento e na nova equipa juntamos as habilitações indicadas com competências pessoais e sociais para trabalhar com crianças e jovens”, diz Cátia Ponte, directora técnica da instituição. Na nova equipa, Marta Vicente assume a função de treinadora principal nos escalões de competição, com a ajuda da treinadora Bárbara Félix e da coreógrafa Marta Ferreira. Na vertente de formação há, pela primeira vez, uma treinadora destacada: Marta Pinto treina em exclusivo o escalão que se está a estrear na modalidade, fazendo jus ao lema da instituição: da formação à excelência.

Ser médica e treinadora

A música, num volume bem alto, marca o ritmo do aquecimento. Entre séries de abdominais, flexões e alongamentos percebe-se a cumplicidade e união do grupo. Nem podia ser outro o espírito. Os ginastas passam perto de três horas durante cinco dias por semana a treinar juntos um desporto onde se chega à perfeição pela repetição. “Energia não lhes falta e nem sempre é fácil de controlar, mas só revela a vontade com que vêm treinar”, atira Marta Vicente.

A nova treinadora tem 27 anos, é médica e diz-se apaixonada pela modalidade que começou a praticar aos 10 anos. Iniciou-se como treinadora no Grupo Recreativo e Cultural do Bom Retiro ao mesmo tempo que frequentava a licenciatura em medicina. Marta e a restante equipa técnica chegaram com objectivos bem traçados. O primeiro é conseguir que todos os ginastas da classe de competição se apurem para o campeonato nacional. E, no horizonte, sonhos maiores vão ganhando força, como participar em campeonatos internacionais cada vez com maior número de pares e trios de ginastas.

Na última época, a equipa fechou as competições nacionais com 13 campeões e 16 vice-campeões. Nos distritais subiram ao primeiro lugar do pódio 10 ginastas e na Taça de Portugal obtiveram um segundo lugar. No Campeonato do Mundo conseguiram um quarto e um oitavo lugares e no Campeonato da Europa um nono lugar.

Fazer ginástica com o tempo

Chegar a estes resultados “exige muito treino, dedicação e disciplina”, nota Cátia Ponte, realçando que “nem sempre é fácil para estas crianças e jovens que têm de conciliar os treinos com aulas e testes no dia a seguir”.

Maria Sequeira tem 15 anos e entrou para a acrobática há dez. Sai dos treinos às 21h00 e depois é chegar a casa e deitar. “Temos de conciliar muito bem o nosso tempo livre para estudar e conseguirmos ter sucesso na ginástica e na escola”, conta. Rita Torrão, de 9 anos, concorda. Tira boas notas, mas não nega que “é um pouco difícil conciliar tudo”, porque se deita tarde. Mais fácil é expressar a sua paixão pela ginástica: “Gosto muito de estar aqui e quero chegar ao europeu”.

Participar em campeonatos internacionais e arrecadar medalhas é bom e dá visibilidade. Mas não é só pelos títulos que esta equipa técnica vai lutar. Na Sociedade Euterpe Alhandrense, a maior e mais antiga associação do concelho de Vila Franca de Xira, “procura-se a excelência a todos os níveis, não só nos resultados mas na construção pessoal e social” dos atletas, aponta a directora técnica da instituição.

Uma psicóloga na equipa

Com treinos diários à base de muito esforço, por vezes vem a ansiedade aliada à pressão da prova que se aproxima. Reconhecendo a importância do bem-estar mental dos ginastas, a instituição fez uma nova aposta e integrou pela primeira vez uma psicóloga, Inês Capucha, na equipa técnica da modalidade. “Vem ao treino sempre que é necessário e com o início das provas [em Janeiro] é provável que a procura aumente”, diz Cátia Ponte, notando que o stress se reflecte nos resultados dos ginastas que são a sua grande motivação.

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