Desporto | 15-06-2021 10:00

Râguebi no Politécnico de Tomar é uma escola de homens e mulheres

Râguebi no Politécnico de Tomar é uma escola de homens e mulheres
DESPORTO
IP Thomar Rugby nasceu no Instituto Politécnico de Tomar, há cerca de três anos, com o objectivo de fazer crescer a modalidade no concelho

IP Thomar Rugby é uma associação que nasceu no Instituto Politécnico de Tomar com o objectivo de fazer crescer a modalidade no concelho. Nos últimos três anos aumentou o número de praticantes de 20 para mais de 80. O ambiente que se vive nas equipas é de companheirismo e, apesar da intensidade que a modalidade exige, não há espaço para faltas de respeito.

O campo principal do Instituto Politécnico de Tomar (IPT) enche-se quatro vezes por semana com atletas, jovens e graúdos, homens e mulheres, que começam a dar cartas na modalidade de râguebi. O IP Thomar Rugby é uma associação desportiva com cerca de três anos, mas que já dá frutos em termos de captação de jovens para a prática da modalidade. No mesmo período, o clube conseguiu aumentar o número de atletas de 20 para mais de 80, e passou a ter quatro escalões de formação e uma equipa sénior feminina, que se juntaram à equipa sénior masculina.

Francisco Madureira, técnico de acção social na área do desporto, explica a O MIRANTE as razões para o rápido crescimento: “O râguebi é um desporto inclusivo; nas nossas equipas cabem gordos, magros, altos, baixos, inteligentes e menos inteligentes. As únicas coisas que exigimos é entrega, respeito e solidariedade”, sublinha.

O responsável recorda um exemplo que costuma dar aos que acabam de chegar ao clube de um ex-atleta que sofria de bullying na escola e que se tornou num homem confiante e com um futuro risonho à sua frente. “Tivemos connosco um rapaz de dois metros, descoordenado, mau aluno, mas que ao final de três anos se tornou numa pessoa completamente diferente. Actualmente estuda em Inglaterra e joga numa equipa de râguebi de nível razoável”, afirma com orgulho.

No dia da reportagem de O MIRANTE o campo sintético era composto pelos jovens da equipa de sub-12 e pelas mulheres da equipa sénior, a grande novidade da última época desportiva. Embora a pandemia não tenha permitido a prática constante da modalidade, as atletas não dispersaram e o projecto vai de ‘vento em popa’. A maior parte vive no concelho, mas também há muitas alunas que se aventuraram pela primeira vez na modalidade.

Francisco Madureira não hesita ao afirmar que um dos grandes objectivos do projecto é a captação de alunos através do râguebi. “Muitos dos nossos atletas estudam nas escolas de Tomar. Ao verem as condições que o IPT tem e a dinâmica desportiva que fomenta não tenho dúvidas que partimos em vantagem na altura de escolherem para onde vão no ensino superior”, refere.
A promoção do desporto é, sublinha, uma das grandes bandeiras da instituição de ensino. Neste momento pode praticar-se cerca de uma dezena de modalidades no IPT, nomeadamente, ténis de mesa, xadrez, hóquei em patins, judo, natação, ciclismo e canoagem.

Aposta na prata da casa e amor à camisola

A aposta na prata da casa em relação aos treinadores da equipa de râguebi também é uma das mais valias. Todos eles jogaram no clube e sabem o que é preciso para honrar a camisola e levar o nome de Tomar pelo país. “Os nossos técnicos privilegiam a passagem de valores e princípios porque sabem que o que queremos é formar homens e mulheres. O facto de não receberem ordenado é o melhor exemplo de que estão aqui por amor à camisola”, reforça.

Quando questionado por O MIRANTE sobre se o râguebi é um desporto violento, Francisco Madureira é assertivo na resposta: “Não é um desporto violento; é um desporto de muito contacto físico, mas tem regras. A violência física e verbal, por exemplo, é punida com meses de suspensão ao contrário de outras modalidades. A nossa maior exigência é que todos se divirtam”, vinca.

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