Fugiu para Portugal à boleia e encontrou a estabilidade em Alhandra
Chegou a ser um dos atletas preparados pelo ditador Ceausescu para ir às olimpíadas de 1992 e formou talentos da canoagem no concelho de Vila Franca de Xira.
A história de vida de Anghel Ivanof dava um filme: teve uma infância pobre durante a ditadura comunista na Roménia e só comia carne aos fins de semana. Chegou a ser um dos atletas preparados pelo ditador Ceausescu para ir às olimpíadas de 1992. Assim que pôde fugiu para Portugal à boleia e de forma clandestina, radicando-se em Alhandra onde começou a dar aulas de canoagem no Alhandra Sporting Club. Pelas suas mãos passaram centenas de jovens atletas. Aprendeu a língua a ver telenovelas brasileiras e é uma figura popular na vila, onde toda a gente o conhece como o “Anghel das bicicletas”.
De todas as localidades no concelho de Vila Franca de Xira, Alhandra é a que tem maior proximidade com o rio Tejo e a que melhor soube potenciar essa mais-valia. A opinião é de Anghel Ivanof, 48 anos, um nome histórico da canoagem da vila ribatejana e um rosto conhecido das gentes da terra.
“Alhandra é um sítio excelente para viver porque está tudo muito cuidado, limpo e arranjado. E o passeio pedonal foi uma grande mais-valia para todos. De todas as localidades no concelho somos a terra com a melhor ligação à água”, conta a O MIRANTE o ex-atleta e treinador de canoagem que foi responsável por captar e formar muitos dos jovens talentos da modalidade em Portugal, como Fábio Cameira, Diogo Raposo ou David Gonçalves.
*Reportagem desenvolvida na edição semanal em papel desta quinta-feira