José Suga forma nadadores há três décadas em Samora Correia
Desde que abriram as piscinas em Samora Correia que o professor José Suga dá aulas de natação. Ao longo da carreira tem acompanhado atletas de todas as idades e formou campeões nacionais. A dedicação à modalidade tem sido reconhecida ao longo do seu percurso.
Para formar um bom nadador são precisos entre cinco e seis anos e muitas horas de trabalho. Quem o diz é José Suga, professor de natação há três décadas em Samora Correia. Natural de Beja, chegou ao concelho de Benavente em 1983 para dar aulas de ginástica nas escolas. Para trás deixou um currículo ao serviço da Marinha Portuguesa, onde já nadava e preparava fisicamente os colegas.
Quando as Piscinas de Samora Correia foram inauguradas, em 1994, começou a dar aulas de natação ao serviço da Sociedade Filarmónica União Samorense (SFUS). Uma parceria que dura até hoje e que merece os elogios dos dirigentes da colectividade. “Tenho tido sempre sensibilidade para dar aulas às crianças. É muito gratificante vê-las progredir. Tenho um carinho muito grande pelos miúdos”, afirma. A SFUS tem 170 pessoas a nadar, entre crianças e adultos. José Suga tem a seu cargo cerca de 60 alunos. Aos 73 anos continua a dar aulas de hidroginástica todos os dias de manhã, acompanha atletas e dá aulas de natação à tarde.
José Suga treinou as campeãs nacionais de natação Vanessa Salvador e Ana Geraldes. Foi convocado pela Federação Portuguesa de Natação, onde colaborou no estágio nacional de juvenis, e foi convocado diversas vezes como treinador da Associação de Natação do Distrito de Santarém para liderar a selecção em encontros nacionais e internacionais. Para ser um bom nadador também é preciso ser pontual, gostar da modalidade e ser constante nos treinos. “Um bom atleta está sempre atento e interessado. Eu vou observando o seu desenvolvimento e fazendo as correcções necessárias. É um processo que leva o seu tempo”, refere em conversa com O MIRANTE. Para os atletas não abandonarem precocemente a modalidade, após aprenderem a nadar, incentiva-se a participação nas competições. “Nadar é um desporto individual, stressante, e sem muitas variáveis”, acrescenta.
Trabalho reconhecido
José Suga tem sido reconhecido ao longo da sua carreira. Em 2004 foi homenageado pelo Instituto Português do Desporto e Juventude e já tinha sido agraciado pela Junta de Freguesia de Samora Correia na Gala do Foral em 2017. Este ano vai receber o prémio Carlos Gaspar 2023, instituído pela Junta de Samora Correia. Uma homenagem que entende ser merecida até porque está sempre disponível para a comunidade. “Fiz muitos sacrifícios em prol da natação. Saía quase todos os fins-de-semana com os cadetes, juvenis, juniores e seniores. A minha família já estava habituada mas hoje em dia em difícil encontrar quem queira sujeitar-se a isso”, lamenta. É por isso que ainda não se retirou das aulas apesar de começar aos poucos a ter de abrandar o ritmo. “Não vou deixar cair um trabalho de muitos anos por falta de continuidade. Tenho de ficar com alguns miúdos para os acompanhar. Vou reduzir a carga aos poucos”, refere.