Desporto | 13-02-2022 15:00

As Sentinelas promovem o campismo há 80 anos sem parque para acampar

Dirigentes do clube de campismo As Sentinelas continuam motivados e unidos em prol da associação

É um dos mais antigos clubes de campismo do Ribatejo e está a tentar ganhar novo fôlego depois de a pandemia ter impedido a realização de actividades. Os dirigentes que pegaram na gestão da colectividade em plena pandemia querem angariar mais sócios e sonham com a possibilidades terem um parque para campismo e outras actividades.

O Clube de Campismo de Vila Franca de Xira “As Sentinelas” é um dos mais antigos do Ribatejo com 80 anos de actividade. Este ano não houve festa de aniversário por causa da pandemia e num cenário em que o clube viu perder as actividades mensais por causa da Covid-19. Desde 2013 na antiga Casa da Juventude, cedida pela Câmara de Vila Franca de Xira, o espaço tem numa parede uma pintura do pintor e grafiteiro português Vhils onde se destaca a imagem de uma mochila usada em todas as caminhadas, excursões e acampamentos por um dos seus fundadores e que é considerada um tesouro do clube.
O clube foi adaptando-se ao longo dos anos à forma como as pessoas vivem o campismo. O presidente, Mário Saldanha, 66 anos, começou a fazer campismo aos 16 anos e na altura vivia a actividade com algum distanciamento e praticamente a ligação que tinha ao clube era renovar o cartão de campista para passar uns fins-de-semana ou umas férias. Quis o destino que mais tarde fizesse parte da coordenação do Parque de Campismo de Vila Franca de Xira, onde esteve largos anos, e acabou por ganhar interesse pelo movimento associativo. Tornou-se dirigente numa altura de pandemia, o que “tornou tudo mais complicado, mas não impossível”.
Com a diminuição das receitas o clube teve de recorrer às poupanças que se foram fazendo ao longo dos anos para amortizar as dívidas criadas devido à pandemia uma vez que há mais de dois anos que não são permitidas actividades no clube. Os cerca de 170 sócios do clube continuam, apesar disso, a pagar as suas quotas e muitos renovaram as suas licenças de campista, o que alegra Mário Saldanha. “Numa altura difícil como esta, pagarem as quotas tem sido fundamental para que o clube consiga manter-se”.
Mário Saldanha diz que ser presidente de um clube histórico e respeitado no mundo do campismo é, para além de um privilégio, uma honra, que o faz também dedicar-se à organização com “amor à camisola”. João Fidalgo, de 63 anos, tesoureiro, realça que é importante captar mais sócios para se evitar recorrer ao fundo de maneio. Apesar de o clube não passar dificuldades. Outra das necessidades sentidas é a de o clube não ter um parque de campismo próprio, como realça, o vice-presidente da assembleia-geral, Rui Conceição, de 63 anos, sublinhando que têm de arrendar espaços sempre que pretendem realizar um encontro de campistas.
O clube organiza passeios pedestres ou visitas guiadas por pontos históricos do Ribatejo ou Lisboa, como o Panteão Nacional, o Cristo Rei, entre outros. As Sentinelas têm origem na Igreja Evangélica Lusitana de São Mateus de Vila Franca de Xira e num grupo de 15 pessoas apaixonadas pelo campismo e pela natureza. O presidente do clube tem a perspectiva de perpetuar a história do clube em livro. O presidente diz que o clube é um privilegiado por contar com o apoio do município na realização de todas as actividades, coisa que falta a muitas associações do país, criticando a orientação da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal, que prefere dar foco e apoio a modalidades como a escalada enquanto o campismo fica esquecido.

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