Desporto | 20-04-2022 10:00

“O Alvitejo” quer por Vale de Figueira no mapa através da paixão pelas duas rodas

Secção de todo-o-terreno “O Alvitejo” tem cada vez mais entusiastas- fotoDR

Nuno Carriço é um dos fundadores da secção de Todo-o-Terreno do Grupo Cultural e Desportivo “O Alvitejo” que anualmente leva centenas de entusiastas da modalidade a Vale de Figueira, no concelho de Santarém.

Nuno Carriço é um dos fundadores e responsáveis da secção de Todo-o-Terreno do Grupo Cultural e Desportivo “O Alvitejo”. Todos os anos, em conjunto com a sua equipa de trabalho, dinamiza e promove a modalidade de enduro, uma disciplina do motocross, em Vale de Figueira, no concelho de Santarém.
Engenheiro civil de profissão, conta a O MIRANTE que a paixão pela modalidade surgiu em 2007 quando começou a realizar passeios de mota com o irmão, Marco Carriço, tendo feito parte do grupo KTM TT, uma das referências da modalidade. Com a experiência que foram acumulando trouxeram alguns dos ensinamentos para Vale de Figueira, freguesia de onde são naturais, e juntaram dezenas de entusiastas das duas rodas para criar a associação.
Os atletas treinam para competir em Enduro e Super-Enduro, disciplinas do motocross que combinam elementos de pista, como saltos e curvas, com obstáculos naturais, como riachos ou valas. As motas, explicam, são preparadas para ter mais força e tracção do que velocidade. “São disciplinas mais exigentes do que o motocross tradicional porque exigem muita perícia dos pilotos”, acrescentam.
“O Alvitejo” conta com 26 pilotos, a grande maioria são jovens na casa dos 20 anos. Ao longo do ano desenvolvem várias actividades para darem a conhecer a aldeia e o que de melhor tem para dar. Quase todos os fins-de-semana se juntam para realizar passeios pelos trilhos que vão mantendo, muitos deles em terrenos privados. “Mantemos uma relação de respeito mútuo com os proprietários dos terrenos para que nos deixem passar nos terrenos deles”, sublinha, acrescentando que já houve situações em que os proprietários não são avisados e depois, para se vingarem, colocam armadilhas que podem originar acidentes. “No mundo das motas só há dois tipos de motards: os que já caíram e os que ainda vão cair”, afirma, com um sorriso no rosto.
Ainda assim, segurança é a palavra de ordem entre os elementos da associação. Seja em passeios oficiais ou mais descontraídos, são obrigados a usar capacete, ombreiras, joelheiras, luvas e botas. Todos os anos realizam o passeio anual de enduro para motas e moto4. Na última edição juntaram mais de 250 participantes que percorreram os trilhos da charneca da aldeia.

Ajudar a desenvolver Vale de Figueira
Nuno Carriço quer contribuir para o desenvolvimento de Vale de Figueira e lança o apelo para que todas as associações da terra se interessem mais pela realização de actividades que mobilizem pessoas. A falta de envolvimento do movimento associativo, na sua opinião, é um dos grandes problemas das localidades mais isoladas. No entanto, “O Alvitejo” quer mudar o cenário e para isso já está a trabalhar para trazer o campeonato nacional de Super Enduro para a localidade. “Já reunimos com a Federação Portuguesa de Motociclismo e agora estamos a trabalhar para angariar apoios para realizar a prova”, assegura. Para além disso, a colectividade também pretende envolver as escolas em acções de sensibilização de prevenção de incêndios, em parceria com os bombeiros.

Um descuido pode ser a morte do artista

Grande parte dos pilotos que correm pela associação afirmam que andar de mota é uma terapia. “É uma das mais puras formas de liberdade”, afirma, com convicção, Nuno Carriço, acrescentando que em cima de uma mota há tempo para pôr as ideias em ordem e para se abstrair dos problemas e dificuldades do dia-a-dia. Pai de dois filhos, de 8 e 11 anos, que também já começam a ganhar o gosto pelas motas e a acompanhar o pai nos passeios, explica que, por enquanto, ainda só aceleram no quintal, em motas adequadas às suas idades. “Vou educando os meus filhos para terem noção que as motas são perigosas e que a velocidade só é permitida em espaços próprios e com a segurança garantida. Os descuidos, no desporto motorizado, podem ser a morte do artista”, vinca.

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