Desporto | 27-06-2022 10:00

“Parafuso” do Entroncamento é uma escola de vida há 111 anos

Grupo do Entroncamento conta com mais de uma centena de atletas de diferentes idades

O Grupo Recreativo 1º de Outubro de 1911 “Parafuso” é a associação mais antiga do Entroncamento. É o maior clube de judo no distrito de Santarém e também realiza um trabalho meritório com a população mais velha, nomeadamente com aulas de ginástica sénior. Com mais de uma centena de atletas inscritos, a missão da direcção é clara: formar pessoas com base no respeito, cordialidade e espírito de entreajuda.

Não há ninguém no Entroncamento que não conheça “O Parafuso”; quer seja pela longevidade da associação, quer seja pelo trabalho de formação que realiza há mais de um século. O Grupo Recreativo 1º de Outubro de 1911 conta com mais de uma centena de atletas, que se dividem pela escola de judo e pela ginástica sénior. Embora o trabalho com os atletas mais velhos esteja a dar frutos, nomeadamente ao nível do seu bem-estar físico e psicológico, o ambiente que se vive na escola de judo reflecte a distinção que lhe é atribuída há várias décadas. “O Parafuso” é o maior clube de judo no distrito de Santarém e aquele que tem conseguido melhores resultados. No próximo mês vai ter sete atletas inscritos num estágio internacional, que se vai realizar em Tomar, e um atleta, Diogo Valente, a competir na copa de Espanha, em representação da selecção distrital.
O MIRANTE foi assistir a um treino dos atletas mais jovens do clube e conversou com Fernando Barbosa, presidente da associação, e João Barbosa, seu filho e o mestre que ensina a técnica da modalidade, mas, sobretudo, ensina os princípios do respeito, da cordialidade e do espírito de entreajuda.
João Barbosa fez parte da sua carreira desportiva na associação; há cerca de duas décadas o clube passou por momentos conturbados e foi obrigado a ir praticar a modalidade para Torres Novas. Tirou o curso de Educação Física e começou a dar aulas no Entroncamento a alunos do 1º ciclo. A ligação ao “Parafuso” falou mais alto e voltou para o clube quando este tinha apenas meia dúzia de atletas, que treinavam mais pela necessidade de “manter a linha”.
A sua ambição para voltar a fazer crescer o clube, com o apoio do seu pai, exigiram muito trabalho e sacrifícios, mas o esforço tem sido recompensado. Actualmente dá aulas a mais de meia centena de atletas e nem o cansaço lhe rouba a motivação para a causa. “Lido com crianças e jovens todos os dias da semana e ainda tenho dois filhos em casa. Mas o prazer que tenho em fazer parte da evolução das crianças e de os ajudar a serem, no futuro, bons homens e mulheres, torna tudo mais fácil”, assegura.

Um clube que vive da “prata da casa”
Fernando Barbosa é presidente do “Parafuso” há oito anos e quando chegou encontrou o clube de rastos. As contas estavam a zero e não havia atletas. Juntamente com a sua equipa de órgãos sociais, constituída por cerca de uma dezena de pessoas, decidiram que para dar a volta era preciso apostar na “prata da casa” e nas suas habilitações. Os dois técnicos são do Entroncamento, têm todos formação superior e continuam a apostar em cursos para renovar as aprendizagens. “Não somos um clube de competição, mas sim um clube que dá a oportunidade de competir. Queremos formar pessoas e integrá-las na sociedade”, afirma, acrescentando que a inclusão é outro princípio que o clube cultiva diariamente. “Temos atletas com deficiência, mas não os separamos dos outros. Aqui somos todos iguais”, sublinha.
Fernando Barbosa, que foi comandante dos Bombeiros Voluntários do Entroncamento durante 30 anos, e dirigente noutras associações do concelho, diz que os cerca de 200 sócios do clube e os 20 mil euros de orçamento anual têm sido suficientes, mas é necessário mais envolvimento da população e do tecido empresarial para continuarem a crescer e a servir a comunidade.

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