Desporto | 09-05-2022 09:59

Trancoso tem uma colectividade que é ponto de encontro da aldeia

Neuza Soares, André do Vale e João Soares são três dos rostos da nova direcção do Clube Recreativo e Desportivo de Trancoso

Na aldeia de Trancoso, em São João dos Montes, fecharam todos os estabelecimentos que existiam e só o Clube Recreativo e Desportivo resiste de portas abertas. É o farol da localidade e tem o único café da aldeia onde se reencontram os vizinhos, se lê O MIRANTE e se assiste a espectáculos. A associação tem uma nova direcção que lhe quer dar nova vida.

Poucos somos pequenos, muitos seremos grandes. Este é o lema do Clube Recreativo e Desportivo de Trancoso (CRDT), o centro de toda a vida diária da aldeia de Trancoso, no concelho de Vila Franca de Xira, que tem perto de meio milhar de habitantes. A mercearia e o café que ali existiam há muito fecharam portas e só a colectividade resiste de portas abertas. É ali que a população vai tomar café, reencontrar os amigos e até ler os jornais, incluindo O MIRANTE.
“É aqui no clube que os velhotes vão sabendo das notícias”, conta Neuza Soares, tesoureira da direcção e um dos novos rostos da direcção que tomou posse em Abril. É radiologista no Hospital de Vila Franca de Xira e desde pequena que está ligada à colectividade. Quando foi preciso encontrar nomes para formar uma lista não hesitou em assinar.
A seu lado está André do Vale, presidente da direcção, e João Soares, vice-presidente. André do Vale é operador de assistência em escala no aeroporto de Lisboa e João Soares trabalha na OGMA, em Alverca. Vivem a associação como se de um filho se tratasse e querem mantê-la de portas abertas.
Fundado a 26 de Março de 1976 o clube perdeu muita vida com a pandemia e tem tentado reerguer-se lentamente. “A pandemia rebentou connosco. Não só perdemos muitos dos nossos sócios fundadores que não resistiram à doença como também muita gente que tinha por hábito vir ao clube deixou de vir com receio. Houve pessoas que nunca mais vimos, fecharam-se em casa e isso não é nada saudável”, lamenta João Soares.
O objectivo dos dirigentes é lentamente começar a atrair as pessoas para o clube à medida que as restrições sanitárias são aliviadas. Prometem realizar uma matiné aos domingos à tarde todos os meses – excepto no Verão – e para 10 de Junho já está marcada uma corrida de carros de rolamentos que promete ser um evento divertido.
Actualmente, o clube tem três centenas de sócios e dinamiza duas actividades: Pilates e Full Body, que movimentam três dezenas de pessoas. Os dirigentes querem lentamente levar o CRDT para os tempos felizes do período pré-pandemia e contam com a colaboração da população. “Acima de tudo queremos manter a porta do clube aberta porque é neste momento a única coisa aberta que existe na aldeia e isso torna o nosso papel muito importante”, confessa André do Vale.
Os dirigentes defendem que o associativismo é muito importante para a vida comunitária e garantem que apenas os move a vontade de servir a colectividade e, através disso, toda a população. “Estamos a dar um pouco de nós em prol de todos e só gostávamos que as pessoas começassem novamente a sair de casa e a aderir às iniciativas. Mais que não seja aparecerem porque é esse espírito de vizinhança que sempre nos caracterizou”, conta o grupo.

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