Economia | 11-06-2022 17:59

Disparidade salarial entre homens e mulheres aumentou no distrito de Santarém

Constância é o concelho com maior disparidade salarial entre homens e mulheres. Mação o pior a pagar ao género feminino e o do Sardoal ao género masculino. Santarém foi o município que mais esbateu a diferença ao longo da última década.

Constância é o município do distrito de Santarém onde as mulheres ganham menos dinheiro relativamente aos homens. No universo dos trabalhadores por conta de outrem, os homens ganhavam em média, em 2019, por mês, 1.480 euros e as mulheres 950. Uma disparidade salarial que se fixa nos 530 euros. Segue-se o Entroncamento em segundo lugar, com uma amplitude de vencimentos, entre géneros, de 344 euros, em que os homens receberam 1.296 euros e as mulheres 952 euros, médias mensais.
Em 2020 o Comité dos Direitos Sociais do Conselho da Europa considerou que Portugal não estava a cumprir as metas de igualdade de género a nível salarial. Este ano, novo estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT) deslindou alguns aspectos da disparidade salarial entre géneros no território português. A partir de números da base de dados nacional PORDATA, entre 2009 e 2019, O MIRANTE reuniu as tendências dos rendimentos das mulheres e dos homens nos municípios do distrito de Santarém.
De realçar o facto dos municípios de Constância e do Entroncamento serem, no ano de 2019 e no distrito de Santarém, aqueles que tiveram a média de salários mais elevados em relação aos homens. Abrantes completa o pódio. Para o género feminino, os municípios com ordenados mais atractivos, em 2019, foram o de Torres Novas, média de 1.022 euros mensais, Santarém (1.011 euros) e o de Alcanena (1.009 euros).
O município com a diferença salarial menos expressiva entre géneros é o de Sardoal. Os homens, em 2019, ganhavam em média, por mês, 862 euros e as mulheres 831 euros. Uma módica diferença de 31 euros. Contudo, foi o concelho onde os ordenados, no género masculino, se tabelaram mais por baixo. Já no que às mulheres diz respeito, Mação foi onde menos receberam, perfazendo uma média de 785 euros por mês, seguido de Vila Nova de Barquinha que não pagou além de 798 euros de média mensal.
Se a análise for feita a tentar perceber onde mais se ampliou, entre 2009 e 2019, a disparidade salarial entre homens e mulheres, Golegã é o concelho que se destaca, com um aumento de 148 euros ao longo da década. Um crescimento brutal que vai contra os fundamentos internacionais e europeus sobre o caminho da igualdade de rendimentos entre géneros. Ourém também aumentou esse fosso em 81 euros entre 2009 e 2019, tendo assim direito ao segundo lugar no crescimento das diferenças salariais. Mação, Tomar, Ferreira do Zêzere, Abrantes, Constância, Alpiarça e Coruche também caminharam no sentido contrário às metas internacionais e europeias.
No sentido inverso, a capital de distrito, Santarém, é o município que tem vindo a mostrar como se faz no equilíbrio dos ordenados entre géneros. No universo dos trabalhadores por conta de outrem, os homens ganhavam em média, por mês, em 2019, 1.113 euros e as mulheres 1.011 euros. Uma redução de 117 euros face a 2009, comprovando um salto significativo, e fazendo de Santarém um exemplo a seguir.

Vila Franca de Xira e Azambuja reduzem o fosso

Tanto para homens, como para mulheres, Vila Franca de Xira é um concelho atractivo para os trabalhadores relativamente aos ordenados. Em 2019, os homens ganhavam em média, por mês, 1.332 euros e as mulheres 1.114 euros. Outro município do distrito de Lisboa que comprova estar a cumprir os objectivos nas diferenças salariais é o de Azambuja. Em 2019, a disparidade salarial entre homens e mulheres no concelho foi de apenas 39 euros, menos 285 euros do que em 2009. Um progresso notável. No universo dos trabalhadores por conta de outrem do município de Azambuja, em 2019, os homens ganhavam em média, por mês, 1.055 euros e as mulheres 1.016 euros.

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