Economia | 19-07-2022 18:00

Inflação atingiu em Junho um máximo de quase 30 anos

Os efeitos da inflação galopante são bem visíveis já nos preços dos produtos alimentares

Variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor foi de 8,7% em Junho, que constitui o valor mais alto desde Dezembro de 1992, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística.

A variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) foi de 8,7% em Junho, acima dos 8,0% do mês anterior e o valor mais alto desde Dezembro de 1992, confirmou o Instituto Nacional de Estatística (INE). O indicador de inflação subjacente (índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) também acelerou registando uma variação homóloga de 6,0%, taxa superior em 0,4 pontos percentuais à registada em Maio de 2022 e “o valor mais elevado registado desde Junho de 1994”.
Já a variação do índice relativo aos produtos energéticos aumentou para 31,7%, face aos 27,3% do mês precedente, o que corresponde ao “valor mais elevado desde Agosto de 1984”. Por sua vez, o índice referente aos produtos alimentares não transformados apresentou uma variação de 11,9%, face aos 11,6% de Maio.
Segundo o INE, “por classes de despesa e face ao mês precedente, são de destacar os aumentos das taxas de variação homóloga das classes dos ‘transportes’ e dos ‘restaurantes e hotéis’, com variações de 14,3% e 14,2%, respectivamente (10,8% e 10,9% no mês anterior)”. Em sentido oposto, a ‘saúde’ e o ‘vestuário e calçado’ apresentaram uma diminuição da taxa de variação homóloga para -3,6% e -0,5% respectivamente (1,4% e 0,0% no mês anterior).
Em Junho, nas classes com maiores contribuições positivas para a variação homóloga do IPC, o INE destaca os ‘bens alimentares e bebidas não alcoólicas’, os ‘transportes’ e a ‘habitação, água, electricidade, gás e outros combustíveis’. Já nas classes com contribuições negativas salienta a da ‘saúde’, “em consequência do alargamento dos critérios de isenção de taxas moderadoras no Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.
Comparando com o mês precedente, é de salientar o aumento das contribuições para a variação homóloga do IPC das classes dos ‘transportes’ e dos ‘restaurantes e hotéis’. Em sentido contrário destaca-se a redução da contribuição da classe da ‘saúde’. Em Junho o IPC registou uma variação mensal de 0,8% (1,0% no mês precedente e 0,2% em Junho de 2021), enquanto a variação média dos últimos 12 meses foi de 4,1% (3,4% em Maio).
Quanto ao Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português apresentou uma variação homóloga de 9,0%, sendo este “o quarto mês consecutivo em que é ultrapassado o valor mais elevado registado em Portugal desde o início da série do IHPC, em 1996”.
Segundo o INE, esta taxa é superior em 0,9% à do mês anterior e superior em 0,4% ao valor estimado pelo Eurostat para a área do Euro (em Maio, esta diferença tinha sido nula). Excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos, o IHPC em Portugal atingiu uma variação homóloga de 6,6% em Junho (5,8% em Maio), superior à taxa correspondente para a área do Euro, estimada em 4,6%, “mantendo o perfil marcadamente ascendente verificado nos últimos meses”. O IHPC registou uma variação mensal de 1,1% (1,0% no mês anterior e 0,2% em Junho de 2021) e uma variação média dos últimos 12 meses de 4,1% (3,3% no mês precedente).

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