Projecto de renovação do mercado de VFX vai ser reavaliado
Município quer renovar espaço nobre da cidade com novos espaços de restauração e bebidas. O projecto que estava em curso teve de ser anulado por questões relacionadas com a protecção de incêndios.
Ainda não está pronto o projecto de requalificação do mercado retalhista de Vila Franca de Xira, um dos espaços comerciais mais icónicos da cidade. Tudo porque o projecto, que estava já perto da conclusão, teve de ser anulado por incompatibilidades relacionadas com o sistema de protecção contra incêndios e tudo tem de ser agora feito de novo.
A novidade foi deixada em reunião do executivo por Marina Tiago (PS), vice-presidente do executivo, depois de questionada pela vereadora da coligação PSD/PPM/MPT, Ana Afonso, sobre o assunto. “Considerando a tipologia de funcionamento do mercado, os valores envolvidos na implementação imediata do projecto de arquitectura e a logística envolvida, obriga-nos a ter um novo olhar técnico que seja multidisciplinar sobre a eventual metodologia de implementação”, explicou.
Na prática, o município quer perceber também de que forma a ideia original lançada pelo anterior executivo poderá ser melhorada e actualizada. A ideia era de que o mercado pudesse a curto prazo receber obras de melhoria no seu interior, que passavam pela requalificação dos espaços existentes cedidos a associações e a criação de melhores espaços de restauração e bebidas, complementares às bancas de venda. Apesar do projecto e do estudo de arquitectura estarem a ser desenvolvidos o município nunca se comprometeu com uma data concreta para o início dos trabalhos.
O mercado foi construído em 1929 e é adornado no exterior por 15 mil azulejos que retratam imagens de varinas, campinos, forcados, alfaias agrícolas e motivos florais. Cada uma das portas de acesso corresponde a uma estação do ano e os painéis de azulejos ilustram a diferente fauna e flora de cada época do ano. Os azulejos, produzidos na Fábrica de Loiça de Sacavém, foram sendo colocados no edifício nas décadas de 30 e 40 e em 2006 foram alvo de trabalhos profundos de restauro e conservação. O interior foi renovado há duas décadas e manteve a traça original. Existem bancas dedicadas à venda de peixe, carne, pão, doces, frutas e vegetais que, na maior parte dos casos, são os próprios produtores a vender, como O MIRANTE deu nota em reportagem no final de 2021.