Educação | 05-12-2011 00:48

Novo presidente do Agrupamento de Escolas de Samora quer combater desinteresse dos pais em relação aos estudos dos filhos

Carlos Amaro é o novo presidente do Agrupamento de Escolas de Samora Correia. Embora nunca tenha trabalhado no concelho, vem cheio de vontade de conhecer a realidade social local e de abrir a escola à comunidade. Está preparado para se deparar com escolas multiculturais, onde existem algumas etnias com uma presença muito forte. Tornar o agrupamento numa referência e devolver à escola a imagem de autoridade são alguns dos objectivos a que se propõe. Carlos Amaro, 55 anos, espera conseguir criar uma sinergia entre todas as organizações do concelho para que todos juntos consigam resolver os conflitos que envolvem a escola e a comunidade. "A política da nova direcção é de abertura e quero ter uma boa relação com a comunidade. As escolas ainda se fecham dentro de quatro paredes, o que para mim é impensável", refere o dirigente que mora em Alenquer. Um dos maiores problemas que já identificou nas escolas de Samora Correia é a multiculturalidade. "Temos aqui diversas comunidade e embora isso traga muitos aspectos positivos, também gera muitos conflitos", observa. O desemprego elevado que se regista na cidade, a existência de muitas famílias monoparentais que não acompanham devidamente os filhos, e os parcos rendimentos das famílias com filhos em idade escolar, são outros problemas acrescidos que detectou em Samora Correia e que com o actual contexto social agravam ainda mais o clima de desconforto e contestação. "Como estamos na escolaridade obrigatória era normal que chegássemos ao fim do nono ano com o mesmo número de turmas que entraram no quinto ano, mas não é isso que acontece aqui. O número de turmas vai sendo progressivamente menor, o que significa que alguma coisa não está bem", alerta. A solução para o novo director passa por apostar mais nos Cursos de Educação e Formação de Jovens (CEF) e acabar com o preconceito de que estes cursos servem para meter os alunos que se portam mal no ensino regular. Os equipamentos saturados ou a falta de funcionários são outra das realidades deste agrupamento que Carlos Amaro vai tentar contornar, tal como a tão falada falta de autoridade da escola. "Nos últimos anos, a escola tem perdido a imagem de autoridade para passar a ser um sítio para onde se enviam as crianças que estão a chatear em casa. Os mais jovens não têm expectativas. Os objectivos sociais em relação à escola perderam-se, mas espero contribuir para dar a volta a esta situação", aponta o presidente que vê os pais a demitirem-se das suas responsabilidades à medida que o progresso escolar aumenta. * Notícia completa na edição semanal de O MIRANTE.

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