Educação | 02-07-2018 13:13

Assembleia Municipal de Ourém recomenda revisão de turmas nos colégios de Fátima

A moção vai ser enviada a várias entidades, incluindo Presidente da República e Governo.

A Assembleia Municipal de Ourém, aprovou por unanimidade uma moção que recomenda a revisão de turmas nos colégios de Fátima, alertando que alunos residentes na cidade não têm lugar nestas escolas.

“Sabemos que, se nada for feito, mais de uma centena de crianças e jovens residentes em Fátima poderão não ter lugar nas Escolas com Contrato de Associação que prestam em Fátima um serviço público de excelência”, refere a moção na qual adverte, também, para “o despedimento de mais de duas dezenas de docentes e não docentes”.

O documento lembra que “há 40 anos foi o Estado que pediu a estas escolas que com ele colaborassem, que fossem parceiras, que crescessem e que integrassem a rede pública de oferta estatal, passando a ser escolas com contrato de associação, recebendo alunos em igualdade de condições da escola pública”.

“Tal dinâmica educativa atraiu alunos de toda a região, geraram-se centenas de empregos directos e outros tantos indirectos. Estas escolas, no seu conjunto, seriam talvez a maior entidade empregadora do concelho, adianta.

A moção nota que, “durante este período e até aos dias de hoje, não surge em Fátima nenhuma oferta pública do 2.º ciclo do ensino básico ao secundário”, concluindo que “o Estado se alheou das suas responsabilidades, talvez porque a resposta que era dada pelos estabelecimentos de ensino entretanto criados (Colégio de São Miguel, Centro de Estudos de Fátima e Colégio do Sagrado Coração de Maria) era a mais eficaz”.

Porém, “no limiar da primeira década deste século, com os sinais da crise de natalidade, começou o Ministério a reduzir o número de turmas autorizadas”, lê-se no documento.

“Passaram estas escolas a ter autorização para, no ano lectivo 2016/17, constituírem 12 turmas no 5.º e 7.º anos e nove turmas no 10.º ano (número bem inferior às 15/16 de anos anteriores), resultado de um conjunto de negociações duras, mas honestas”, esclarece.

O documento cita depois um despacho da Secretaria de Estado da Educação sobre as matrículas aplicável a todas as escolas da rede pública, incluindo escolas com contrato de associação, para o ano lectivo 2018/2019.

“Esperava-se que esta situação tivesse em conta a singularidade de Fátima”, mas “eis que, afinal, se mantêm os cortes nos 7.º e 10.º anos e até se agravam no 5.º ano e assim se impede que um número significativo de alunos que residem ou cujos encarregados de educação trabalham em Fátima possam frequentar estes colégios”, refere a Assembleia Municipal de Ourém.

Para os eleitos, face aos dados existentes, “o Estado calculou mal o número de alunos contemplados pela Secretaria de Estado da Educação”.

Nesse sentido, este órgão autárquico recomenda que “sejam atribuídas um número mínimo de oito turmas no 5.º e 7.º anos e sete turmas no 10.º ano, o que, mesmo assim, implicaria um corte de 33% relativamente ao ano de 2016/2017”.

A moção vai ser enviada a várias entidades, incluindo Presidente da República e Governo.

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