Entrevista | 06-12-2011 00:42

A professora que luta pelas boas notas da Banda Republicana Marcial Nabantina

A professora que luta pelas boas notas da Banda Republicana Marcial Nabantina
O seu marido foi presidente da direcção da Sociedade Nabantina durante cinco anos. Agora, cabe-lhe a si a liderança. Como surge a vossa ligação a esta colectividade tomarense?Temos duas filhas. A mais velha tem 29 anos e é licenciada em Conservação e Restauro e a mais nova fez agora 26 anos e é licenciada em Multimédia mas o seu grande amor é a música. Toca saxofone. Foi ela que trouxe os pais até à Nabantina, numa altura em que a direcção estava demissionária, isto depois da Festa dos Tabuleiros de 2004. Na altura, formámos uma lista com outros músicos mas, como tinha muito trabalho na escola, nem pretendia ficar nos lugares dianteiros. O que é certo é que o meu marido (Luís Filipe da Costa) foi eleito presidente e eu vice-presidente da direcção. Fizemos um mandato. Entretanto quando ele faleceu, em 2009, fiquei a substitui-lo no cargo. Voltei a concorrer à direcção e ganhei, contra uma segunda candidata. Este é o meu terceiro mandato.O que os motivou a aceitar o desafio de gerir um barco à deriva? Estamos a falar de uma colectividade centenária _ celebrou este ano 137 anos de existência - e para nós era impensável que fechasse as portas por não haver uma direcção. No fundo, tentámos ajudar porque, como sempre morámos aqui, esta casa pertence ao nosso "bairro". Foi, portanto, o bairrismo que contribuiu para a decisão? É claro que, tendo nascido na Rua do Camarão, em pleno centro histórico de Tomar, fui sempre nabantina. Foi aqui que nasci, morei e comprei casa depois de casar. Sempre me habituei a ouvir a Banda da Nabantina a tocar porque as salas onde decorriam os ensaios tinham uma porta que dava para a minha rua. Nunca sai do centro histórico e era incapaz de ir viver para outro lado. É com tristeza que quando saio daqui já tarde, por exemplo à segunda-feira quando há aulas de dança de salão, vejo as ruas completamente desertas. Não estava habituada a este cenário.Não toca nenhum instrumento? Não (risos). Há duas coisas que me intrigam na minha vida: os meus pais nunca me terem posto a aprender música na Nabantina e nunca ter levado um tabuleiro na Festa dos Tabuleiros. É um vazio que sinto. Digo isto porque o meu pai era um grande entusiasta da festa e até fazia parte da comissão. Eu vivo sempre muito a festa. Ajudo na ornamentação da minha rua, sempre com grande empenho e alegria. Podia ter levado um tabuleiro em adulta… Nunca me senti instigada a isso. Recordo que, na Festa dos Tabuleiros de 2007, tive um dos dias mais felizes da minha vida. Isto porque a minha filha mais nova ia a tocar na Banda da Nabantina, eu estava acompanhada com o meu marido a representar a direcção da colectividade e a minha filha mais velha ia levar o tabuleiro pela primeira vez. Estávamos os quatro juntos e consegui transmitir às minhas filhas o gosto pela festa, que já veio dos avós. Voltando à Nabantina. Qual a força que esta colectividade tem para si? A Nabantina é a Nabantina e há-de ficar para sempre. Acaba por ser um símbolo do centro histórico de Tomar. É uma casa pobre mas que tem ensino gratuito de música. Vivemos com dificuldades acrescidas. Já nos disseram que tínhamos que começar a levar dinheiro pelo facto de ensinarmos música, porque a única coisa que pedimos aos pais dos alunos é que se façam sócios. Mas não vamos por aí. Quando concorreu à direcção qual foi a situação financeira que encontrou? Nós já sabíamos que as coisas não iam ser fáceis porque existiam dívidas de montantes muito elevados. Daí resulta que, nos três mandatos que levamos, não tenhamos feito nada que fosse muito visível em termos de obras, porque o que temos e o que não temos tem sido para pagar as dívidas das direcções anteriores. Mas temos conseguido diminuir o passivo de ano para ano. Continua a ser negativo mas é menor.* Entrevista completa na edição semanal de O MIRANTE.

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