Entrevista | 15-01-2013 13:55

Crise obriga Misericórdia de Santarém a repensar projectos

Crise obriga Misericórdia de Santarém a repensar projectos

Mário Rebelo foi reeleito provedor para mais três anos, período em que a crise vai condicionar a gestão da instituição. Alguns projectos foram repensados ou simplesmente descartados, como o da construção de um hotel de charme ou o da cobertura da praça de touros.

Mário Rebelo tomou recentemente posse para um segundo mandato como provedor da Santa Casa da Misericórdia de Santarém, uma das mais antigas do país com mais de cinco séculos de actividade. O engenheiro civil natural de Moçambique, onde passou toda a sua infância e juventude, fez quase toda a sua carreira profissional como quadro superior da Câmara de Santarém e diz que estar à frente da Misericórdia é como gerir uma média empresa. A Santa Casa tem mais de 200 funcionários e um orçamento de cerca de 5 milhões de euros para administrar, pouco menos que os de alguns dos mais pequenos municípios da região.Casado, pai de um casal e avô de três netos, Mário Rebelo é dono de um vasto currículo ligado ao movimento associativo, tendo desempenhado cargos de relevo quer no âmbito do movimento rotário quer na delegação de Santarém da Cruz Vermelha ou no Círculo Cultural Scalabitano, entre outros. Como homem ligado ao urbanismo, vê com alguma amargura o definhamento do centro histórico de Santarém, sinal dos tempos transversal a muitas cidades.A conversa decorre descontraidamente no salão nobre da sede da Misericórdia e a dada altura passa a ser presenciada pelo seu número dois na direcção, o advogado Luís Valente. Há disponibilidade para falar de tudo menos de política, uma área onde Mário Rebelo não gosta de se imiscuir apesar de já ter sido aliciado. Após a entrevista, proporciona-nos uma visita guiada pelo complexo junto ao Largo Cândido dos Reis onde a instituição tem múltiplas valências, como os serviços administrativos, lar, centro de dia, cozinhas e refeitório, lavandaria e uma unidade de cuidados continuados.A Misericórdia de Santarém presta serviços ou assistência a cerca de mil pessoas, entre utentes (que nada pagam pela assistência) e clientes (que pagam os serviços que lhe são prestados). "Temos mais clientes senão era uma verdadeira desgraça, pois não haveria sustentabilidade financeira", diz o provedor, referindo que o Estado é, de forma geral, um bom pagador.O mesmo já não pode dizer da Câmara de Santarém, que tem uma dívida para com a instituição na ordem dos 190 mil euros e que Mário Rebelo espera ver saldada com as verbas que a autarquia poderá receber do empréstimo do PAEL _ Programa de Apoio à Economia Local. "Para uma entidade como a nossa esse dinheiro faz diferença, pois temos que ter uma almofada financeira em tesouraria para pagar aos colaboradores. Felizmente até à data nunca tivemos problemas a esse nível e pagamos aos fornecedores até 60 dias".* Entrevista completa na edição semanal de O MIRANTE.

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