Entrevista | 19-02-2021 07:00

O vereador que nem em casa fala da sua vida política

O vereador que nem em casa fala da sua vida política
ENTREVISTA
Luís Silva

Luís Silva é o homem forte do Partido Socialista em Torres Novas e vice-presidente da câmara municipal com o pelouro do urbanismo.

Luís Silva foi, nas últimas três décadas, várias vezes presidente da concelhia do PS, cargo que ocupa neste momento. Quando António Rodrigues deixou o cargo, Luís Silva era presidente da assembleia municipal. Com Pedro Ferreira reforçaram a maioria absoluta do PS nas autárquicas de 2017. Luís Silva é conhecido em Torres Novas por ser o homem forte do partido, para o bem e para o mal, e Pedro Ferreira o líder da política dos afectos.

Nesta conversa não há revelações de segredos mas fica aqui o perfil de um dos homens mais influentes de Torres Novas que, no entanto, tem um ar sisudo e de poucos amigos, o que contrasta com o do seu camarada Pedro Ferreira. Luís Silva é licenciado em gestão, casado, tem duas filhas maiores, e nasceu na aldeia do Pafarrão situada no sopé da Serra d'Aire, no caminho entre Torres Novas e Fátima. Foi professor e delegado sindical dos professores. Viveu cinco anos em Benavente e foi lá que se filiou no PS. Quem quiser saber o que vai ser a vida política em Torres Novas até às próximas eleições autárquicas não pode deixar de ler esta entrevista.

O senhor também teve que fazer o percurso dos jotinhas para chegar a líder partidário e, agora, a todo poderoso vice-presidente da Câmara de Torres Novas?

Morei cinco anos em Benavente e filiei-me lá, em 1985, no Partido Socialista. Quando vim para Torres Novas já era filiado no PS. Era militante de base. Quando regressei a Torres Novas vim refundar a JS. Sou do tempo do Paulo Fonseca e do Luís Ferreira, que tiveram igualmente grande importância no PS distrital.

Curioso: são duas figuras que saíram de cena aparentemente por terem sido incapazes de conciliarem actividade política com vida pessoal.

Bom, no caso do Luís Ferreira foram razões mais da vida particular do que propriamente da vida política. Com o Paulo Fonseca também, mas teve a ver mais com a sua actividade empresarial do que familiar.

Não tem medo que lhe aconteça o mesmo, apanharem-no a misturar política com interesses pessoais?

Dizer que tenho medo é exagero. Claro que ao tomarmos decisões todos os dias estamos sujeitos a certos escrutínios mas a vida é mesmo assim, não há volta a dar.

Depois de 30 anos a militar politicamente já sabe de cor e salteado as diferenças entre interesses pessoais e interesses públicos?

Nem em casa falo de assuntos da minha vida política, embora a minha esposa também seja militante do partido. O lugar que ocupo não me foi dado, foi conquistado em eleições. Por isso gosto de dizer que sou socialista desde sempre. Não posso dizer que esteja livre de me acusarem de me aproveitar do cargo e do cartão de militante. Faz parte da guerra política esse tipo de acusações.

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