Entrevista | 25-01-2022 07:00

Catarina Rodrigues

fotoDR

Consultora comercial na MultiOpticas de Almeirim – 38 anos, Santarém.

Com que idade é que acha que se vai reformar? 

Pergunta complicada… Pode ser que tenha a sorte de ainda ter reforma quando chegar a altura, a menos que o Estado decida aumentar os anos de trabalho e não tenha oportunidade sequer de me reformar … A ver vamos! Questione-me novamente daqui a 20 anos, pode ser?

Se lhe saísse o Euromilhões qual era a primeira coisa que fazia? 

Não faço ideia, nunca jogo! Mas assim de repente, pagaria algum empréstimo que pudéssemos ter e depois fazia aquela viagem de sonho com o marido, os meninos e os meus pais. E provavelmente continuaria a trabalhar, embora não estivesse descartado iniciar um projecto.

Conseguia viver sem telemóvel? 

Não! Ou por outra, é tudo uma questão de hábito. Os meus pais viviam sem telemóvel e corria tudo bem. Eu própria só tive telemóvel perto dos 15 anos e a chamada de telefone fixo a avisar que ia sair de casa servia bem. Mas sem telemóvel acho que sofreria de ansiedade nos primeiros tempos.

Que estação do ano prefere? 

O Outono! Adoro os tons dessa estação. Adoro os dias que ainda são quentes e a mantinha que já podemos usar no final do dia no sofá, para aconchegar. E se à noite cair chuva, melhor ainda.

Custa-lhe levantar de manhã para trabalhar? 

Raramente. Sou grata por poder ir trabalhar com uma equipa fantástica, fazer o que gosto e ainda ajudar pessoas a melhorarem a sua qualidade de vida. A verem melhor! Que mais posso pedir? 

Qual o objecto que nunca fica em casa? 

Óculos! 

Gosta de comemorar o seu aniversário? 

Adoro festejar o aniversário! Adoro receber telefonemas! Adoro as flores que o meu pai me dá todos os anos, a fita que o meu marido faz por não saber o que oferecer, mas depois acerta sempre. Se pudesse havia festões todos os anos! Todos os presentes, quando oferecidos com amor, são os melhores e eu também nisso sou uma sortuda.

Quando chega o Outono o chapéu de chuva é um objecto que a acompanha? 

Nem por isso. Gosto de andar à chuva e além disso, sou esquecida. O mais certo era deixá-lo algures.

Quem gostaria de ser se não fosse o que é? 

Se pudesse ser alguém diferente, por algum tempo, seria o Pai Natal… Mas um Pai Natal a sério e espalhava magia por onde conseguisse.

Ir comprar roupa ou calçado dá-lhe prazer? 

Muito. Sou um bocadinho consumista.

Ler jornais é saber mais? 

Ler jornais, ler livros, ouvir rádio… A informação é tão importante!

Do que sente mais saudades? 

Sinto saudades de ir à horta do avô Avelino com ele. Dos Verões no casal com os primos, de ver os pintainhos ou as ovelhinhas bebés. Dos dias de matança em que a família se reunia, da vindima, de ir em cima do tractor e de pisar as uvas. Das tardes na piscina, mesmo que isso implicasse contar os minutos até a digestão estar feita. Também sinto muitas saudades das manhãs com o avô Fernando a ouvir rádio, dos passeios de carro à descoberta do desconhecido, como ele dizia, e dos passeios de mão dada. Das sandes de fiambre que a avó Lisete fazia e que eram decerto iguais a tantas outras, mas só aquelas me sabiam bem. Tive a sorte de ter uma infância maravilhosa e, apesar de ser uma adulta muito feliz e realizada, há sempre aquela saudade que de vez em quando teima em vir, mas acho que isso faz parte da vida, não é verdade?! 

Quando está a almoçar ou a jantar com a família ou amigos e há alguém que passa o tempo a consultar o telemóvel, isso incomoda-a? 

Por vezes, sou essa pessoa! De vez em quando lá passo os olhos pelo visor para ver se há alguma notificação importante.

O que punha a funcionar na sua terra que não existe?

Falando em Santarém, onde nasci, onde fiz grande parte do meu percurso académico e onde moro, acho que falta uma estratégia de turismo efectivo, que promova os nossos lindos monumentos, que aproveite a nossa excelente localização, que explore o rio em termos lúdicos. Somos capital do Gótico, mas os turistas apenas encontram portas fechadas. Temos também tudo para ser uma cidade académica. Tornem-na apelativa aos jovens, criem-lhes condições de habitação, reaproveitem por exemplo os prédios militares abandonados. Entristece-me ver uma cidade com tanto potencial, tão mal aproveitada!  

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