Entrevista | 01-09-2022 15:00

Empresas que queiram instalar-se em Rio Maior pagam caro

Sérgio Ferreira é o presidente da Associação Empresarial do Concelho de Rio Maior

Presidente da Associação Empresarial do Concelho de Rio Maior, Sérgio Ferreira, em entrevista a O MIRANTE

Sérgio Ferreira, presidente da Associação Empresarial do Concelho de Rio Maior (AECRM), garante não perceber nada de política e recusa ter ambições nesse domínio, mas é mordaz nas críticas que tece à câmara municipal de Rio Maior, com quem a AECRM manteve um litígio a propósito dos destinos da Escola Profissional de Rio Maior, de que ambas as entidades são accionistas. 

Numa entrevista, que pode ler na íntegra na edição semanal em papel desta quinta-feira, 1 de Setembro, em que se debruça sobre os principais desafios que o tecido empresarial riomaiorense enfrenta, Sérgio Ferreira acusa o executivo municipal de ter feito pouco pelas empresas, durante a pandemia, aponta o dedo às dificuldades estruturais e financeiras da DEPOMOR e alerta para a falta de estratégias integradas para o turismo e o desporto no concelho. E avisa: as associações empresariais do distrito de Santarém e do Oeste estão a unir esforços para ganhar mais força na região. 

A falta de unidades hoteleiras levou o dirigente a confirmar o que já se sabia: a DESMOR não tem resposta suficiente para milhares de pedidos de estadia que acabam por prejudicar a economia local e só responsabilizam os políticos no poder.


Aqui fica um excerto da entrevista: 

O grosso do tecido empresarial do concelho foi deixado de lado? 

Uma empresa que não passa dificuldades ou que não foi afectada pela pandemia não vai ter de sair da caixa para fazer um plano estratégico. As empresas que passaram e ainda passam dificuldades é que deviam ter sido ouvidas. Creio que as medidas apresentadas nesse plano estratégico foram pouco práticas e pouco incisivas a respeito dos temas que realmente preocupam as empresas.

Qual é o retrato actual do tecido empresarial em Rio Maior? 

Em Rio Maior, cerca de 85% do nosso tecido empresarial é composto por pequenas e microempresas. Depois temos talvez 10% de empresas de média dimensão e 5% de grandes empresas, ligadas à indústria, sobretudo. As grandes empresas são poucas, mas a verdade é que há concelhos que não as têm e nós temos aqui várias. 

Rio Maior é um pólo atractivo e competitivo para as empresas, nomeadamente face a outros concelhos da região? 

Há uns anos, nasceu um sonho, em Rio Maior, que foi o parque de negócios. Mas a DEPOMOR, empresa que gere o parque de negócios, enfrenta graves dificuldades estruturais e financeiras. E onde há dívidas não é possível ser-se competitivo. Hoje em dia, para uma empresa se instalar em Rio Maior, o preço do metro quadrado é caro. E isso deve-se à dívida que foi criada na DEPOMOR. Os apoios que existem também são pouco divulgados. Mais de 60% das empresas de Rio Maior não conhece o programa RM Investe. É um óptimo mecanismo, mas falha se não chegar às empresas. Depois, Rio Maior tem uma localização privilegiada, mas tiramos pouco partido disso.

Têm-se perdido boas oportunidades? 

Há uns meses acompanhei a prospecção de um grupo espanhol que pretendia investir em Rio Maior. Nós estamos muito bem localizados e tiramos pouco partido disso. Sei que há duas ou três empresas que estão em Aveiras e que eram para estar aqui e não percebo o porquê. No mínimo, poderá não ter sido um processo muito bem conduzido.  

Em que pé está a situação da instalação da fábrica da Generis em Rio Maior? 

A Generis adquiriu o terreno, mas passado pouco tempo veio a pandemia, o que obrigou todas as empresas a repensar estratégias. Mas ainda acredito que vamos ter aqui a Generis. 

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