Uma nova escola para um novo ano!

Mário Santos. fotoDR

Agrupamento de Escolas de Benavente foi formado há uma década e tem sido um pilar na educação e formação dos jovens do concelho.

Ora vamos lá outra vez! É Setembro e as aulas estão novamente a começar! Vêm aí os alunos, caras novas, caras velhas, voltam os risos, o barulho, a alegria e alguma confusão. A escola ganha vida, a sua vida, a vida de todos nós.
Num novo ano, projetam-se novas atividades, novas esperanças, um ano novo cheio de possibilidades de fazer melhor e diferente. E essa é a esperança de todos os que passam pela escola, que este ano seja ainda melhor que o último! Os pais esperam que os filhos tenham juízo, não arranjem problemas e tenham boas notas. Os professores, que os alunos participem e aprendam à primeira todos os saberes mais ou menos essenciais para a sua vida. Já os alunos esperam mais! Mais liberdade, mais tempo para socializar, mais matérias fáceis, mais sorrisos… Espera-se sempre mais.
Todos estes atores que se relacionam com a escola têm interesse que esta seja a melhor escola de todos para todos! Dito isto, de quem é a escola? Quem tem responsabilidade sobre a mesma? Quem organiza este ano letivo, quem nele participa?
Poderemos olhar para a questão da perspetiva que a escola será dos professores. Afinal, são eles que planeiam, ministram as aulas e avaliam os resultados. Portanto talvez seja justo afirmar que é dos professores, toda e qualquer escola. No entanto, são as crianças e os jovens que a frequentam diariamente durante os anos iniciais da sua vida, são eles que retiram da escola as aprendizagens essenciais. São estes que dão vida, som e cor à escola. Será então justo afirmar que a escola é dos alunos? Não podemos, no entanto, esquecer que são as famílias as encarregadas da educação dos seus filhos, as famílias que sustentam os alunos e que estabelecem relações com os professores. Será a escola das famílias? E todos os assistentes operacionais e técnicos, psicólogos e outros funcionários que diariamente garantem o sucesso escolar dos alunos? O nosso sucesso?
E se enquanto escola, a mesma permitisse que toda a comunidade fizesse parte do seu dia a dia? Mais, e se cada escola saísse para fora dos seus muros, das suas limitações físicas e simbólicas se envolvesse em toda a comunidade? Se as aulas acontecessem na zona histórica da vila, junto ao rio? Se acontecessem nos campos e nas empresas envolventes? Se outros, além dos professores diplomados, pudessem entrar na escola (onde quer que esta estivesse) e com os seus diplomas (ou sem eles) transmitissem conhecimento ensinassem os mais novos?
Será que os nossos jovens conheceriam melhor a sua sociedade, a sua cidade? Conseguiríamos aliar a teoria à prática? Em última medida é para os jovens que a escola existe… mas é também para todos nós.
Faz sensivelmente uma década que começámos a agrupar as escolas em agrupamentos que reúnem os jardins de infância às escolas secundárias, passando pelas EB 2/3 e todas as escolas de 1º Ciclo. Ganhou-se verticalidade, perdeu-se individualidade. Como todas as moedas, qualquer processo tem diferentes faces e há que saber liderá-lo da melhor forma. No Agrupamento de Escolas de Benavente, comemoramos 10 anos que somos agrupamento. Goste-se ou não de todo este processo e das consequentes transformações ocorridas ao longo deste tempo, considerámos que datas como estas devem ser celebradas, tanto pelo muito que aconteceu, mas sobretudo pela celebração enquanto alavanca da nossa identidade e relação com a comunidade educativa.
Hoje já é possível às escolas de todo o país pensar a organização do espaço, do tempo e até do conhecimento, da forma a que melhor se adapte às suas características, ou melhor dizendo, às caraterísticas da comunidade envolvente. Já é possível, inclusive legalmente, que a comunidade seja parceira na educação dos seus. Já é possível pensar na escola para toda a vida…
Às questões levantadas, as respostas possíveis hoje, são ainda ténues, mas estão no caminho desta maior integração de todos. Aos responsáveis políticos, parece-me ser este o caminho a trilhar. A consciência de que o que afeta alguns, afeta todos. A educação de alguns será a educação de todos. A escola é de todos, para todos!
Um bom ano, letivo ou não, e sobretudo boas comemorações! Que se celebre a escola, que se celebre a vida!
Diretor do Agrupamento
de Escolas de Benavente

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