Especiais | 08-05-2022 11:00

Por um Coração Saudável

Jorge Humberto Guardado*

Um em cada cinco portugueses com mais de 30 anos tem um risco elevado de contrair DCV fatal nos próximos 10 anos.

Um dos grandes desafios neste início de século é o de travar o flagelo das doenças cardiovasculares (DCV). A Humanidade sempre morreu de epidemias. E tal como a peste negra, a febre amarela, a cólera, a tuberculose, a sífilis, a SIDA e mais recentemente a Covid-19, também as DCV estão ligadas a fatores sociais e económicos que condicionam o “estilo de vida”.
Os avanços que se sucedem a um ritmo impressionante na Medicina tem vindo a melhorar a sobrevivência a quem sofre de DCV (menos 8% no último quinquénio), mas o número de casos na população é cada vez maior, mantendo-se as DCV, a principal causa de morte em Portugal.
Para este cenário contribui 70% da população portuguesa com colesterol elevado, 20% fumadora ou obesa, 40% hipertensa. De referir que a maioria é sedentária (somos o país da União Europeia com menos praticantes de exercício físico), o número de diabéticos a aumentar consideravelmente e a adoção de dieta cada vez menos mediterrânica. Um em cada cinco portugueses com mais de 30 anos tem um risco elevado de contrair DCV fatal nos próximos 10 anos.
A prevenção das DCV é uma questão de educação para a saúde e compete-nos a todos nós. É uma atitude que começa em casa, com a família, evidenciando-se em fatores como as escolhas alimentares ou a forma como se pratica, ou não, atividade desportiva. Acrescenta-se nestas tarefas o contributo de outros agentes, nomeadamente as escolas, os centros de saúde, os médicos de família e outros profissionais de saúde bem como os jornais, as televisões e o marketing digital.
Aproximadamente 80% da mortalidade prematura pelas DCV poderia ser evitada. O segredo para minimizar a ameaça à nossa esperança de vida é simples e baseia-se em cumprir o objetivo de que “mais vale prevenir que remediar”, porque é possível prevenir, viver mais e com mais saúde, mas muitas vezes já não é possível remediar.

  • Médico Cardiologista, Diretor Clínico e Executivo da Unidade Cardiovascular de Riachos (UCARDIO), Coordenador da Unidade de Hemodinâmica e Intervenção Cardiovascular do Centro Hospitalar de Leiria .

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