Ricardo Vaz desde cedo percebeu que o seu futuro profissional passaria pela área da construção civil. O seu pai era desenhador da construção civil, cresceu no mundo das obras e sempre se imaginou a trabalhar nele. Natural de Alpiarça, onde ainda vive, nas férias escolares de Verão trabalhou no campo, na apanha do melão, do tomate e também na vindima. “Uma parte da família está ligada à agricultura e não me escapei desses trabalhos. Detestava mas ia e trabalhar no Verão não faz mal a ninguém. Deu para perceber que o meu futuro não passaria pela agricultura”, explica o engenheiro civil a O MIRANTE.
Licenciou-se em Engenharia Civil na Universidade de Évora e tirou mestrado em Edificação na mesma universidade. Antes de criar o seu Gabinete de Engenharia Civil e Arquitectura, com sede em Alpiarça, trabalhou em empresas do ramo da construção civil e construção em madeira. “Construíamos as infra-estruturas de apoios de praia como escadas de madeira, passadiços. Estivemos em várias praias do Algarve e costa alentejana”, refere. Também começou a trabalhar na empresa do pai.
Entretanto criou o gabinete em conjunto com colegas de outras áreas que se apoiam em todos os projectos, desde arquitectura, topografia, certificação energética, certificação acústica, electricidade. “É uma parceria que existe há mais de dez anos. Somos trabalhadores independentes e trabalhamos em conjunto. Conseguimos dar ao cliente o projecto desde o início até entregar a chave na mão do cliente da sua casa nova”, sublinha. Ricardo Vaz, de 37 anos, ainda pensou estabelecer-se noutra cidade maior, mas sendo natural de Alpiarça, onde tem bons contactos e boas relações com vários empreiteiros e pessoas que recorrem frequentemente aos seus serviços, optou por ficar.
Actualmente, o engenheiro civil garante que o trabalho está a correr muito bem. “Vivemos tempos conturbados, as incertezas são muitas mas o negócio continua a expandir. Quem, nesta altura, disser que está a trabalhar mal ou não tem trabalho na construção ou é mentiroso ou é muito mau naquilo que faz. A construção civil está em altas e os números são claros: o preço das casas subiu 13% no primeiro semestre do ano e houve um aumento no número de licenciamentos. Assim houvesse material e mão-de-obra para fazermos tudo o que temos em mãos”, afirma, acrescentando que o aumento de preço dos combustíveis afecta o seu gabinete directamente.

“O mercado imobiliário está a mexer em Alpiarça”
Ricardo Vaz considera que o concelho de Alpiarça tem um potencial enorme porque tem muitas casas velhas. “O mercado imobiliário está a mexer em Alpiarça. Há muitas casas baratas com algum potencial. O cliente consegue comprar uma casa e remodelá-la e fica mais barata do que um andar em Santarém, por exemplo, e com a vantagem de ter uma garagem, quintal e espaço para as crianças brincarem”, reforça.
Nos tempos livres junta-se com os amigos e, duas a três vezes por semana, sai de casa às seis da manhã e pedala de bicicleta cerca de 50 quilómetros antes de ir trabalhar. Diz que lhe faz bem à mente e lhe dá mais energia. Na juventude praticou ciclismo de competição como atleta do clube Os Águias de Alpiarça mas deixou a modalidade quando entrou para a universidade. Retomou o desporto, desta vez por lazer, quando concluiu o curso. Actualmente, faz parte da direcção da secção de ciclismo, que criou uma escola de ciclismo que tem obtido bons resultados. O resto do tempo faz questão de estar com a companheira e as duas filhas.