Nacional | 06-05-2022 17:09

Condenadas por maltratarem idosos no lar onde trabalhavam

Condenadas por maltratarem idosos no lar onde trabalhavam

Crimes considerados de grau elevado punidos com pena de prisão cuja execução fia suspensa

Quatro das cinco funcionárias acusadas de maus-tratos a idosos num lar do Porto Moniz, na Madeira, foram hoje condenadas a penas de prisão suspensas entre um ano e oito meses e três anos, tendo o Tribunal absolvido uma das arguidas.

Na leitura do acórdão, a presidente do colectivo de juízes, Ana Rita Barra, indicou que o Tribunal da Comarca da Madeira considerou provados a maioria dos factos atribuídos às arguidas, nomeadamente comportamentos abusivos e lesivos de vários utentes, maus-tratos e uso abusivo de psico-fármacos sem receita médica.

A juíza considerou que os crimes são de “grau muito elevado” e demonstram uma “elevada insensibilidade e desrespeito pela dignidade humana”, sobretudo tendo ocorrido num lar de terceira idade, onde qualquer situação de violência – física, psicológica e emocional – deveria estar “absolutamente ausente”.

Duas das arguidas foram condenadas a um ano e oito meses de prisão, uma a dois anos e outra a três anos, todas com pena suspensa, considerando atenuantes como a ausência de qualquer antecedente criminal, a boa inserção social e o actual afastamento dos lesados.

O Tribunal condenou-as também ao pagamento de 1.000 euros a cada uma das vítimas e impôs a sua participação num programa de sensibilização para a problemática dos maus-tratos a pessoas idosas.

Este caso de maus-tratos a utentes do lar no Porto Moniz, concelho do norte da ilha da Madeira, envolve também a ex-directora-geral Ana Serralha, antiga deputada do PSD/Madeira no parlamento regional, mas o Ministério Público solicitou a separação do processo, por se encontrar ausente em parte incerta.

Os factos apontados pelo Ministério Público, agora dados como provados pelo Tribunal, ocorreram entre 2009, ano em que o lar entrou em funcionamento, e o início de 2018, quando a direcção foi suspensa, na sequência de um processo movido pela Segurança Social.

Foram reportadas várias reclamações de familiares ao longo dos anos, o que motivou uma acção inspectiva e, depois, a apresentação de queixa no Ministério Público feita por parte do Governo Regional da Madeira, em 2018.

Para além do uso abusivo de psico-fármacos e dos maus-tratos, as arguidas também tratavam alguns utentes por alcunhas depreciativas.

Os crimes de que foram acusadas são punidos com pena de prisão entre um e cinco anos.

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