Ex-bombeiro acusado de atear sete incêndios não disse nada em Tribunal
O arguido está em prisão domiciliária e quando foi detido apenas admitiu ter ateado um fogo.
Um antigo bombeiro de 44 anos suspeito de ter ateado sete incêndios florestais em Águeda, em Julho e Agosto de 2021, remeteu-se hoje ao silêncio no início do julgamento no Tribunal de Aveiro.
Durante a primeira sessão do julgamento, foi ouvido um inspector da Polícia Judiciária (PJ) que disse não ter dúvidas de que os incêndios naquela zona “foram colocados” pelo arguido, que, segundo o mesmo, foi bombeiro nos anos 90, tendo sido dispensado devido a problemas de alcoolismo.
A testemunha contou ainda que o arguido e o irmão, que também chegou a ser detido pela PJ, já andavam a ser investigados desde 2017, porque havia suspeitas de que tinham ateado vários incêndios no concelho de Albergaria-a-Velha, apesar de não ter sido recolhida qualquer prova incriminatória.
No depoimento feito à PJ, o arguido terá assumido que tinha ateado um incêndio de forma acidental naquela zona há cerca de três meses, mas não assumiu nenhum dos outros incêndios que estavam a ser investigados.
O inspector da PJ referiu ainda que o arguido, que foi visto nas imagens de videovigilância de uma empresa existente na zona a entrar na floresta, pouco antes dos incêndios terem eclodido, alegou que ia buscar lenha, apesar de nunca ter sido visto a carregar lenha.
O arguido foi detido, fora de flagrante delito, em Agosto de 2021, tendo ficado em prisão preventiva após o primeiro interrogatório judicial, mas posteriormente passou para prisão domiciliária.