Nacional | 28-04-2022 13:36

Jovens informados sobre sexualidade mas com falhas sobre contraceptivos e doenças

À semelhança do estudo de 2008 as raparigas voltam a mostrar conhecimentos superiores aos dos rapazes.

A maioria dos jovens tem bons conhecimentos sobre a generalidade dos temas relacionados com sexualidade, mas falham em relação a métodos contraceptivos e doenças sexualmente transmissíveis apesar de serem dois dos temas mais tratados na escola.

As conclusões fazem parte da segunda edição do estudo “Jovens e educação sexual: conhecimentos, fontes e recursos” que, passados mais de 10 anos desde a primeira edição, em 2008, voltou a avaliar o impacto da escola e de outras fontes no conhecimento dos jovens.

Entre os 2.319 alunos do 10.º e 12.º anos de escolaridade que responderam ao inquérito conduzido entre Fevereiro e Junho de 2021, a maioria mostrou ter um nível de conhecimento bom ou muito bom sobre temas relacionados com a sexualidade (71,6%) e melhor ainda sobre sexualidade e sentimentos (84,6%).

No entanto, quando os investigadores olharam para os conhecimentos sobre contraceptivos e infecções sexualmente transmissíveis, os resultados não foram tão positivos: Cerca de metade mostrou ter um nível de conhecimento médio e em quase um terço era mau.

Paradoxalmente, são precisamente dois dos temas mais frequentemente discutidos na escola, além das mudanças do corpo na adolescência e o risco de engravidar.

Outra das conclusões destacada é a diferença entre rapazes e raparigas. À semelhança daquilo que os investigadores tinham constatado no estudo realizado em 2008, elas voltam a ter níveis de conhecimento sobre sexualidade superiores e isso reflecte-se noutros aspectos.

Por exemplo, as raparigas conversam mais sobre sexualidade e mais facilmente procuram ajuda para tirar dúvidas ou resolver algum problema, seja com amigos, pais ou profissionais de saúde.

Outra das tendências que se mantém uma década depois é, por outro lado, a correlação positiva verificada nos rapazes entre maiores níveis de conhecimento e idades mais tardias de início das relações sexuais. E isso vai contra o mito de que se falam de sexo nas escolas, mas depressa começam.

O “Jovens e educação sexual: conhecimentos, fontes e recursos”, que está hoje a ser apresentado, foi desenvolvido pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-ULisboa), a Associação para o Planeamento da Família (APF) e o CLISSIS – Centro Lusíada de Investigação em Serviço Social e Investigação Social.

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