<strong>Livro de filosofia do 10º ano usa comportamento racista de adeptos como exemplo </strong>
Vitória de Guimarães exige retirada daquela referência por afectar o clube e “criar estigma injustificado”
O clube de futebol Vitória de Guimarães, exige que seja retirado de um manual de filosofia do 10º ano, uma referência aos cânticos racistas durante o jogo entre o clube e o Futebol Clube do Porto, que levaram à saída de campo do jogador portista, Moussa Marega aos 70 minutos. A notícia é avançada pelo jornal JN.
O livro em causa chama-se “Ágora”, e é da autoria de Susana Teles de Sousa, Isabel Pinto Ribeiro e Rui Areal e clube “exige a retirada do referido caso de estudo” porque “potencia a criação de um estigma injustificado sobre milhares de adeptos e sobre um clube que celebra, dentro de dois meses, o seu centenário”.
O processo Marega ficou encerrado com um pedido de desculpas público ao jogador, por parte dos três arguidos investigados pelo Ministério Público. Os referidos adeptos ficaram impedidos de aceder a recintos desportivos durante o ano e foram obrigados a pagar 3 mil euros ao Estado.
Ao Vitória de Guimarães foi aplicado, pelo Conselho de Disciplina da FPF, um castigo de três jogos de interdição do Estádio D. Afonso Henriques, mas o clube apresentou recurso da decisão e acabaria absolvido.
Num acórdão do Tribunal Central Administrativo do Sul, fica claro que Moussa Marega foi “efetivamente alvo de cânticos proferidos repetidamente e em uníssono”, de teor racista, mas “a prova produzida não pode levar à conclusão de que o Vitória de Guimarães consentiu ou tolerou os cânticos racistas em causa”.