Nacional | 12-05-2022 12:43

Quem investe em criptomoedas tem mais riscos de perda total ou parcial do investimento

Quem investe em criptomoedas tem mais riscos de perda total ou parcial do investimento

Portal da Queixa avisa que há cada vez mais pessoas a queixarem-se e enumera os principais riscos.

Propaganda focada apenas nos lucros e com pouca informação; falta de regulamentação que proteja os investidores; falta de transparência e volatibilidade são alguns dos problemas enfrentados por quem investe em criptomoedas. O risco de perda total ou parcial do investimento é muito alto e os avisos sucedem-se.

em Portugal, o Governo já manifestou a intenção de alterar o enquadramento fiscal que faz com que o país seja visto como um “paraíso fiscal” no círculo de entusiastas das bitcoins, mas para já a situação mantém-se, devido à ausência de impostos sobre os ganhos.

A nível europeu, a falta de regulamentação também já foi identificada como um dossier prioritário, mas a proposta de enquadramento legal comunitário ainda não foi discutida.

Por este motivo, os alertas soam com frequência: “Os consumidores que procuram investir em criptoativos correm sérios riscos de perder o dinheiro investido, ser vítima de ciberataques e cair em esquemas por parte de alguns projectos” advertiram, recentemente, as autoridades responsáveis pela supervisão de activos na União Europeia.

Afinal o que são os criptoativos?

Baseados na tecnologia blockchain – a tecnologia que, resumidamente, possibilita a realização e o registo de transacções electrónicas encriptadas – os criptoativos são representações digitais de activos, não emitidas por um banco central, instituição de crédito ou instituição de moeda electrónica.

Podem ser usados como forma de pagamento em comunidades que o aceitem ou assumir outras finalidades, como a atribuição do direito à utilização de determinados bens ou serviços ou numa perspectiva de investimento.

O termo “criptoativos” engloba os restantes nomes que lhe estão associados, como tokens, coins, criptomoedas ou moedas virtuais. E, uma vez neste mundo, importa ainda conhecer bem de que se trata o termo ICO, sobretudo quando pensar usar moedas virtuais numa perspectiva de investimento futuro.

Usada para designar uma oferta de distribuição inicial de criptoativos, uma ICO é assim uma forma de captação de fundos do público através de coins. Nesta operação, o emitente – pessoa singular ou colectiva – emite moedas virtuais que são pagas em moedas com curso legal ou outros criptoativos.

Os dez principais riscos a ter em conta, segundo o Portal da Queixa.

1 – Risco de fraude nas redes socias
Atenção ao papel dos influencers que promovem diversos activos em múltiplas plataformas, alguns dos quais utilizam estratégias de marketing agressivas, com informação pouco clara, incompleta ou propositadamente enganadora. Estes conteúdos são, geralmente, muito curtos e focados em potenciais ganhos, incentivando os utilizadores a comprarem um determinado activo e ofuscando os possíveis riscos envolvidos. Quase sempre estas pessoas têm um incentivo financeiro próprio para promover determinados projectos.

2 – Risco de liquidez
Não é seguro que os investidores consigam vender os criptoativos adquiridos.

3 – Risco de perda parcial ou total do capital investido
O capital investido não está garantido nem os riscos associados ao investimento. Em muitos casos, podem não estar referidos na documentação publicada pelo emitente do criptoativo. Certifique-se de que o contrato tem uma cláusula a respeito antes de investir.

4 – Falta de conhecimento
Há uma clara falta de literacia digital, uma vez que a informação disponibilizada aos investidores é imprecisa ou incompleta. Exige que os investidores tenham um conhecimento técnico elevado para conseguirem entender as características dos criptoativos, o que está por detrás do negócio e os riscos e vantagens que podem ter. A maioria dos investidores não tem conhecimento suficiente sobre as suas especificidades.

5 – Falta de regulamentação e protecção dos investidores
A regulamentação é essencial para se poder analisar caso a caso antes de se determinar se os criptoativos estão ou não abrangidos pela regulamentação aplicável ao mercado de valores mobiliários, algo que ainda não existe hoje em dia.

6 – Comercialização fora de Portugal
Quando existe um conflito, nem sempre é possível de se resolver uma vez que poderá estar fora das competências das autoridades portuguesas, podendo levar à desprotecção dos investidores nacionais.

7 – Falta de transparência no valor real da “moeda”
A formação do preço nem sempre é transparente, podendo não corresponder ao valor real de mercado desse criptoativo.

8 – Volatilidade
Não existe um valor fixo, existe sim uma elevada e súbita volatilidade e variação de preço, que pode prejudicar o investidor.

9 – Risco de branqueamento de capitais
Muito devido ao anonimato associado aos criptoativos, também poderá existir uma ocultação relativa à origem dos fundos investidos.

10 – Risco de inovação
É frequente existirem projectos financiados através de ICOs que estão a começar ou numa fase embrionária e que têm modelos de negócio experimentais que muitas vezes não prosperam.

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