Nacional | 10-05-2022 13:00

Tubarões-baleia estão a ser dizimados por navios de carga e petroleiros

navio de carga

Rotas comerciais estão sobrepostas em 90 por cento às zonas ocupadas pelos tubarões.

O transporte marítimo industrializado representa uma “ameaça significativa” para o tubarão-baleia, podendo estar a causar um número significativo de mortes em todo o mundo, conclui um estudo em que participaram investigadores da Universidade do Porto.

Em comunicado, o Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO-InBIO) da Universidade do Porto esclarece que o estudo, publicado na revista científica PNAS, indica que “as colisões mortais entre tubarões-baleia e navios são em grande parte subestimadas”.

“Uma vez que esta espécie passa muito tempo à superfície e geralmente forma agregações costeiras, pensa-se que as colisões com navios podiam estar a causar um número substancial de mortes. No entanto, não havia como monitorizar esta ameaça no passado”, salienta o centro.

Os tubarões-baleia podem crescer até aos 20 metros de comprimento e alimentam-se de zooplâncton (conjunto de organismos aquáticos), ajudando a regular os seus níveis no oceano.

De acordo com a investigação, coordenada por cientistas de 50 instituições internacionais, estas colisões podem “mesmo ser a razão principal” pela qual as populações da espécie tubarão-baleia “estão em declínio”.

Ao longo do estudo, os investigadores seguiram por satélite os movimentos de 350 tubarões-baleia (através do projeto Global Shark Movement) e navios por todo o mundo, tendo identificado as áreas onde o risco de colisão é elevado.

Depois de mapear a sobreposição entre os ‘hotspots’ de tubarões e as frotas globais dos navios de carga, petroleiros, passageiros e de pescas, os investigadores concluíram que “mais de 90% das zonas ocupadas pelos tubarões se sobrepunha com os navios”.

Os investigadores esperam que o estudo possa motivar a criação de medidas de gestão que permitam proteger as populações de tubarões-baleia, espécie que “enfrenta um futuro incerto”.

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