Aquando das comemorações da Revolução de Abril, em tempos de pandemia, as mais altas figuras políticas do país opinaram e bem que as instituições da democracia deviam funcionar e que até devia existir uma lei que salvaguardasse a actividade política em situações anormais.
Foi com espanto que li na edição de 23 de Julho que o executivo da Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira, em conferência de líderes, tomou a decisão de reunir por vídeo conferência (teletrabalho) impedindo a CDU de ter acesso às instalações da referida junta. Se a moda pegasse seria uma forma de enfraquecer a democracia participativa indo contra a tal opinião de que a actividade política não pode ser confinada.
Bem esteve quem protestou porque quem cala consente e as tentações são muitas como mostra a recente aprovação de nova norma de o primeiro-ministro deixar de ir quinzenalmente aos debates na Assembleia da República.
Também na mesma edição fiquei a saber que a câmara municipal subsidia com 270 mil euros a Festa Brava e que apoia com 7.425 euros a Companhia de Teatro Gruta Forte que luta com falta de espaço para novo palco. Os leitores que avaliem como se gasta o dinheiro que deve ser empregue ao serviço dos munícipes.
Por fim, também foi notícia o presidente da câmara dizer que, se houver Festa do Avante também vai haver Festa de Outubro o que quer dizer que a câmara só avança para as comemorações da Feira de Outubro porque há a Festa do Avante. Só por isso os munícipes do concelho de Vila Franca já devem estar gratos à realização da Festa do Avante. A meu ver até deviam ser tentados a passar por ela para verificar as semelhanças que o senhor presidente encontra nas duas iniciativas. Boas férias a quem está de férias, bom trabalho a quem trabalha.
Jorge Manuel Antunes