Quando quem fiscaliza é parte interessada a fiscalização é uma farsa
Escrevo para falar de assembleias municipais, numa altura em que decorre um congresso de assembleias municipais.
Escrevo para falar de assembleias municipais, numa altura em que decorre um congresso de assembleias municipais. Os congressistas discutem e eu, que sou mero cidadão eleitor e não organizo congressos de cidadãos eleitores, apesar de me interessar pelo assunto, reflicto.
As assembleias municipais dependem das câmaras que fiscalizam porque não têm dinheiro para ter a sua própria máquina administrativa. Funcionários, instalações, etc...não é fácil fiscalizar sem pressão e constrangimentos, alguém de quem dependemos para existir.
A somar a isto há a lógica partidária. Uma assembleia onde o partido que governa a câmara tem uma maioria absoluta, permite tudo ou quase tudo mesmo atropelos à lei. Há muitos exemplos e alguns bem ridículos em que uma determinada decisão não é aprovada pelo simples facto de ter sido aprovada pela oposição.
Não me alongo porque não vale a pena. Em alguns pequenos municípios a mesa da assembleia permite que o presidente da câmara, que só está presente para prestar esclarecimentos em algumas matérias, se quiser (e muitas vezes recusa-se), intervenha quando quer e lhe apetece, num claro desrespeito pelo que está estabelecido.
As intervenções do público são quase sempre remetidas para o final das reuniões e condicionadas. Não podem ser tratados assuntos ali discutidos, por exemplo e não são dadas respostas ao que é exposto, fazendo com que seja inútil participar.
Glória Maria Anunciação