O MIRANTE dos Leitores | 12-11-2022 17:59

As burlas bancárias, o incendiário e o Rosa Damasceno

Ao ler O MIRANTE de 03/11/2022 assustei-me! Ia escrever “em reacção” e mesmo sendo trabalhador e filho de trabalhadores podia ser mal interpretado.

Ao ler O MIRANTE de 03/11/2022 assustei-me! Ia escrever “em reacção” e mesmo sendo trabalhador e filho de trabalhadores podia ser mal interpretado. Fiquei um pouco incomodado comigo pois até há uma teoria da reacção. É manifestada, por exemplo, naqueles sons incomodativos de algumas instalações sonoras, que desde miúdo me lembro de lhe chamarem um palavrão: fio-de-béc (feedback). É uma reacção positiva (e é aí que entra na teoria da oscilação). Não estou perdido, só quero dizer que é ao jornal que gostaria de tecer algumas considerações:
As burlas a clientes da CA não são consequência do “online”, elas já existiam antes do aparecimento da Internet, e tanto a CA como outras entidades bancárias/parabancárias se escudam nos “outros” mas são coniventes com eles. Por isso, preferem trocar-nos o cartão que reconhecer a sua participação na fraude. O motivo é simples, entretanto eles receberam comissões desses débitos fraudulentos.
25 anos para incendiário: Todos os argumentos são válidos para aplicar a pena, mas os métodos que o condenado usou não se devem aos seus conhecimentos de engenharia. Coitada da engenharia que não tem culpa nenhuma. O que ele fez foi o mesmo que faz o terrorismo em qualquer lugar, usou os meios ao seu dispor. A maioria de nós tem em casa tudo o que é preciso para remotamente detonar uma bomba ou fazer uma ignição, só que não os utilizamos.
Para encerrar, gostaria de falar do Rosa Damasceno, ele foi o “trigger” deste texto. Que perda, um edifício imponente e bonito onde aprendi a ver cinema. Vem-me à lembrança o Cineclube de Santarém e o Castela, o entusiasta de cinema seu criador e, por associação, o Sá da Bandeira. E, desculpem, sou pessoa de bem com a vida, mas recordar estas duas salas, juntar o Teatro Taborda, a Orquestra Típica Scalabitana, os clubes recreativos e desportivos, associam-se à razão do insucesso da Santarém de então.
À cidade, como em muitas empresas pelo mundo, faltou a coesão para pensar nela como um todo. A diversificação só faz sentido se cada parte atingir a massa critica da sua sustentabilidade, os nichos são maioritariamente o resultado da desagregação deles. As cidades, como as empresas, precisam de se reinventar todos os dias, e pasmo que com a proliferação de parques comerciais, industriais, temáticos, do conhecimento, da interpretação e outros, não haja no Ribatejo um conglomerado de empresas objectivamente orientadas à moderna agricultura em todas as suas vertentes.
Temos tudo para criar, experimentar, inovar e fazer os equipamentos e sistemas necessários ao seu progresso. Temos até quem já o faça, mas só com dimensão podemos ser competitivos e essa dimensão tem de incluir a componente de maior valor acrescentado: tecnologia e conhecimento. Temos ambas.
Rui Figueiredo Jacinto

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