O MIRANTE | 21-11-2019 10:00

“Se os problemas do Tejo fossem na zona do Terreiro do Paço a atenção seria outra”

“Se os problemas do Tejo fossem na zona do Terreiro do Paço a atenção seria outra”
32º ANIVERSÁRIO

Pedro Ribeiro - Funcionário da Administração Tributária,45 anos - Presidente da Câmara Municipal de Almeirim

Há quem queira em Lisboa gastar 200 milhões de euros em duas estações de Metro. Metade disso, aplicado no distrito de Santarém, resolvia muitos dos problemas de mobilidade que temos e ajudava a fixar pessoas. Quanto às auto-estradas e vias de comunicação em geral, são, a par da presença do Estado, fundamentais para que os problemas do interior não sejam ainda piores.

Faz falta a uma parte significativa de quem decide em Lisboa conhecer as estradas municipais e os problemas concretos. Se isso acontecesse o interior não estava como está.

Se houvesse problemas no Tejo, na zona do Terreiro do Paço, com toda a certeza ouviríamos falar mais disso na imprensa nacional e a atenção dada ao assunto seria outra. Mas como Lisboa não “vê” não existem problemas. É tudo uma questão de prioridades. O Tejo é importante para o interior do país e o interior do país já não tem gente que justifique uma grande preocupação da maioria das pessoas que decidem na capital, com honrosas excepções.

O que nos falta no Ribatejo é sermos uma região onde as pessoas possam escolher democraticamente quem querem que as governe. Quanto a Almeirim, sou suspeito, como é óbvio, mas talvez a obra mais importante, por permitir um conjunto de mudanças a outros níveis, seria o términus da Circular Urbana.

Vivo na expectativa de saber quando serão marcadas as primeiras eleições regionais no país. Serei dos poucos preocupado com esta questão que é hoje politicamente pouco simpática mas continuo a afirmar que é fundamental para o Ribatejo e para o interior em geral. Sem isso daqui a 30 anos só haverá cidades com todos os custos económicos e sobretudo sociais que isso acarreta.

Se tivéssemos uma ideia de como funcionam os serviços públicos noutros países talvez déssemos mais valor aos que temos. Pele minha experiência e pelo que observo, somos, por norma, bem atendidos nos serviços públicos. Claro que, como em todo o lado, há bons e maus funcionários.

Não sinto necessidade de estar desligado das notícias. Gosto de estar sempre “conectado”. Defeito profissional. Só quando estou fora do país é que desligo mas também é raro acontecer.

Gosto de touradas. Fui habituado desde pequeno a esta cultura e faço intenções de a passar ao meu filho. Não gosto que me imponham o que devo gostar, o que devo comer, o que devo vestir. Hoje há uma enorme dificuldade em nos colocarmos na “pele” dos outros. Isso é péssimo em termos sociais.

Já deixei de enviar postais de Boas Festas pelo Correio há mais de uma década. Actualmente recorro às redes sociais e ao telefone.

Já pensei comprar um automóvel eléctrico mas não o fiz. Têm pouca autonomia e os postos de carregamento ainda poucos.

Comecei a trabalhar de uma forma permanente, com contrato de trabalho, em 17 de Agosto de 1999. Tinha 25 anos. Desde então mudei de trabalho quatro vezes.

O novo acordo ortográfico é confuso. Por norma não o uso. O corrector ortográfico do computador encarrega-se de me corrigir.

Vivo desde sempre em Almeirim. Nunca pensei mudar para outro lado. Teria muita dificuldade em fazê-lo.

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