Opinião | 04-08-2020 15:00

A preservação das tradições em Alcanena, os grandes líderes socialistas e reflexões caninas avulsas

A preservação das tradições em Alcanena, os grandes líderes socialistas e reflexões caninas avulsas
OPINIÃO

Emails do Outro Mundo

Abrasivo Manuel Serra d’Aire

Recordo-me de ouvir na rádio as notícias sobre os boicotes eleitorais em Vaqueiros e Pernes, nos primeiros anos da nossa democracia, por causa da poluição no rio Alviela, apontada à indústria de curtumes do concelho de Alcanena. Era ainda um puto imberbe sem direito a voto. Entretanto passaram-se quarenta anos e os protestos continuam, agora na vizinha Alcanena, devido aos maus cheiros resultantes da actividade industrial e de um sistema de tratamento de resíduos aparentemente deficiente. A isto chama-se preservar as tradições, embora esta tradição já cheire mal há muito tempo.


Manuel desisti da ideia de ter um cão. Depois do que vi nos últimos tempos percebi que não conseguiria estar à altura de tamanha responsabilidade sem me arriscar a sevícias físicas e verbais infligidas sem dó nem piedade pelos denominados activistas dos direitos dos animais. Não quero arriscar-me a ter a casa invadida por uma turba histérica a vociferar palavrões e a escaqueirar tudo à sua passagem para resgatar o meu Bóbi só porque lhe dei uma palmadinha por ter mijado no sofá, por me ter roído as pantufas ou por o levar a passear num dia frio sem a inenarrável camisolinha de lã.


Não é que não goste de animais, em particular de cães – já agora, dizer que também de lagosta, de ameijoa, de preferência à bulhão pato, e de muitos outros bivalves, moluscos e cefalópedes, que nestes dias de calor acompanham na perfeição a bela imperial -, só que os cães hoje têm de ser tratados com padrões de conforto que não se coadunam com a minha forma rudimentar e demasiado prosaica de ver o mundo. E não quero ser linchado (nas redes sociais ou literalmente) por gente sem açaime que vê o mundo a preto e branco em nome da sua fé. Gosto muito de animais, meu caro, mas gosto ainda mais da minha pele.


A Junta de Freguesia de Cardigos cedeu instalações e uma funcionária para os CTT fazerem o favor de continuarem a funcionar nessa vila do concelho de Mação. Como se isso não bastasse, a autarquia ainda tem que pagar os prejuízos caso haja assaltos às instalações. Foi o que aconteceu há pouco tempo. Um ladrão levou as massas do cofre dos Correios e a junta vai ter de desembolsar mais de 10 mil euros para a conta dos CTT. A isto se chama negócio sem risco. Não sei se a autarquia também teve de lavar o cuzinho da administração dos CTT com água de rosas, mas já não digo nada...


A liderança distrital de Santarém do PS (sim, ela ainda existe!) mudou recentemente de mãos. Passou do apagado António Gameiro para o sorumbático Hugo Costa, que têm em comum o facto de serem deputados à Assembleia da República e de terem compleição física de estivador. Mais uma vez as eleições decorreram com lista única, não sei se por o PS na região estar transformado numa espécie de Coreia do Norte em que o poder passa dinasticamente de padrinhos para afilhados, se por não haver militantes suficientes para formar mais do que uma lista, como aconteceu em muitas concelhias. A nota positiva é que nenhum socialista da região se pode queixar de não ter um grande líder...


Uma calorosa cotovelada do
Serafim das Neves

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