Opinião | 04-09-2022 21:00

Dar casinhas da câmara aos jovens que queiram voltar à terra e ir ver o jardim zoológico sem trazer macacos para a nossa rua

Dar casinhas da câmara aos jovens que queiram voltar à terra e ir ver o jardim zoológico sem trazer macacos para a nossa rua

Coetâneo Serafim das Neves

Coetâneo Serafim das Neves
Os funcionários do Complexo Aquático de Santarém foram surpreendidos com aquilo que pode ter sido um protesto original de alguns utilizadores contra a baixa temperatura da água das piscinas. Os protestantes, digamos assim, em vez de utilizarem o livro de reclamações atiraram-se vestidos para dentro de água não sendo explicado se usaram o escorrega principal.
Segundo li, eles tinham vindo do Bangladesh, o que prova a fama do parque. Mas não conseguiram comunicar a sua reclamação a ninguém porque nenhum segurança fala bengali e ninguém se lembrou de usar o Google Translate.
Houve quem sugerisse que entrar vestido na água é um hábito lá no sítio onde aquelas pessoas moram, mas não sei, não. Tenho alguns amigos que já se mandaram para dentro de piscinas com sapatos e tudo e nenhum deles é do Bangladesh, nem de lá perto.
Já agora, por falar em Bangladesh, tenho que saber se entre os novos habitantes do Entroncamento, que são de 53 países diferentes, segundo os especialistas em catalogação de pessoas por nacionalidades e etnias, há algum daquele país. O meu receio é que também ele decida protestar contra a temperatura da água da piscina atirando-se lá para dentro todo vestido e alguém possa pensar que confundiu o tanque com o rio Ganges.
Para já os tais catalogadores de população por nacionalidades parecem apenas preocupados com a quantidade de gente que está a escolher a cidade para ir para lá morar. Depois de anos e anos a quererem atrair pessoas, nomeadamente jovens para compensar a ida dos seus filhos e dos amigos deles para Lisboa e outras cidades no estrangeiro agora que há jovens e crianças a chegarem às centenas, ai Jesus que são de tantas nacionalidades e coisa e tal…e ainda por cima vêm aos magotes e não falam português segundo o novo Acordo Ortográfico.
Há mesmo doutos opinadores que se interrogam se caberá tanta gente num concelho/cidade, que é o segundo mais pequeno do país deixando no ar a ideia de que talvez fosse melhor criar algum tipo de limitação de entradas.
É que isto de nacionalidades, como se sabe, quando se começa um processo de catalogação, há que definir muito bem quais são as boas e as más porque, ao contrário do que defendem certos liberais, não basta trabalhar, descontar para o IRS e Segurança Social, pagar renda de casa, etc, etc, para entrar no paraíso entroncamentense… Isso é que era bom!!
O PSD lá da terra até já fez um valente comunicado a insurgir-se contra a decisão da câmara de construir mais habitação social, defendendo que habitação municipal sim, mas para fazer regressar jovens licenciados que tenham saído da terra porque, como se sabe há muito tempo, os jovens saem das terras do interior após os estudos porque não têm casas da câmara para onde ir morar.
Que Paris, Londres, Nova Iorque, ou mesmo Lisboa, tenham habitantes de dezenas e dezenas de nacionalidades e religiões está muito bem. E até é giro ir lá passar uns dias para fazer inveja aos amigos e ficar com um certo verniz cosmopolita mas, caramba, uma coisa é visitar e outra é ter aquela babélica balbúrdia ao pé da porta. Nós podemos gostar muito de ir ao Jardim Zoológico, mas isso não quer dizer que queiramos hipopótamos ou macacos do outro lado da rua!!
Saudações arejadas
Manuel Serra d’Aire

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