Opinião | 02-06-2022 06:59

Jornalistas dormem embrulhados em lençóis de papel

JAE

Embora escreva às três da matina, e tenha que me levantar bem cedo, ainda vou fumar um cigarro ao quintal para ficar meio bêbado e depois cair na cama com a sensação de que me vou embrulhar em lençóis de papel de jornal.

Não sinto qualquer pressão para alimentar esta coluna semanalmente. Poucas vezes sofri para escrever o texto da praxe. Nem me sinto obrigado a falar de assuntos de proximidade embora seja cauteloso a falar de assuntos pessoais que não sejam a partilha de livros e filmes ou assuntos banais que muitas vezes só servem para encher chouriços. Não me considero obrigado a escrever todas as semanas e também não me sinto figura pública, embora tenha que dar a cara por causas públicas que, isso sim, me impele a escrever quando sinto que mais ninguém o fará por mim ou com a visibilidade que posso dar aos assuntos. É por isso que não conto aqui a aventura recente que me levou a comprar uma caravana vintage, que tardei em comprar e que não evitou que me metesse numa camisa de sete varas; o caso é para rir, embora eu ainda acredite que me vou tornar a médio prazo num autocaravanista de referência.
Enquanto escrevo este texto, trabalhando em três documentos do Word sobre assuntos diversos, dou notas a um jornalista sobre a assembleia-geral da Nersant onde participei ao final da tarde e de onde saí com a sensação que devia emigrar o mais rápido possível.
Acabei de editar dois artigos de opinião de dois colaboradores regulares da edição online. Em breve vamos publicar um verdadeiro folhetim que vai dar brado a nível nacional e internacional graças à colaboração e ao empenho de um ex-deputado que vai contar a sua história recente nos inquéritos parlamentares que fizeram história e vão ficar para a História. Ajudei a direcção editorial a escolher as duas dezenas de textos que esta semana ficam de fora devido ao fluxo de publicidade e de artigos de economia que enchem mais de metade da edição. Não precisamos de pavilhões na Feira do Ribatejo para vivermos a festa e trabalharmos editorialmente e comercialmente como mais ninguém jamais conseguiu trabalhar com os empresários do sector.
Estamos com um sector comercial reforçado. Vamos mudar de chefias a nível editorial e estamos a contratar jornalistas. Vamos continuar a apostar na edição de outras publicações dirigidas a um público de proximidade.
Mais de metade dos nossos assuntos de sociedade chegam pelo telefone e são de leitores que confiam no nosso trabalho de serviço público. Os números de leitores online continuam a aumentar como se pode confirmar no texto ao lado desta coluna. Em termos de assinaturas da edição em papel estamos a ser mais cautelosos mas depois da crise eis que começamos a aproximarmo-nos das tiragens de outros tempos. Para acabar: não frequento festas nem aceito convites para casamentos. Mas a verdade é que desta vez vou mesmo estrear um fato para ajudar a apadrinhar um casamento de dois jornalistas da equipa editorial. Com a minha idade é mais que certo que será o último. Embora escreva às três da matina, e tenha que me levantar bem cedo, ainda vou fumar um cigarro ao quintal para ficar meio bêbado e depois cair na cama com a sensação de que vou gostar de me embrulhar em lençóis de papel de jornal. JAE.

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