Opinião | 15-02-2022 06:59

Mais um desaparecimento misterioso e volta Cabrita que estás perdoado!

Mais um desaparecimento misterioso e volta Cabrita que estás perdoado!

Arguto Manuel Serra d’Aire

A epidemia de desaparecimentos de que falavas nos teus últimos emails teve mais um caso positivo cá pela região. Desta vez foi um campino de Benavente que se evaporou e apareceu três dias depois – conforme rezam as escrituras que li nos jornais – lá para as bandas de Vilar Formoso, na raia beirã. As notícias, infelizmente, não conseguiram chegar ao pormenor de explicar se o garboso campino foi sozinho ou acompanhado pela sua montada, nem o que o motivou a ir dar uma volta até à fronteira.
Por isso resta-me conjecturar que talvez tenha ido atestar o depósito ou comprar caramelos e torrão de Alicante a Espanha e esqueceu-se de avisar a família… Nada que não me tenha já acontecido. Houve dias em que saí à noite para comprar tabaco e apareci em casa alguns dias depois. E sem tabaco… Infelizmente, ninguém se lembrou de participar o meu desaparecimento, o que denota bem a distração e incúria dos seres que me são mais próximos.
A prova de que ninguém me liga nenhuma ficou bem à vista agora, quando com argumentos plausíveis e convincentes, na minha humilde opinião, apelei aos leitores eleitores para não votarem nestas eleições legislativas, enunciando razões para não contribuírem para eleger aqueles deputados. Pois bem, foi o que se viu! Apesar da pandemia e de estar um dia bonito para passear na data do sufrágio, a abstenção diminuiu, ao contrário do que vinha sendo habitual, e até houve episódios caricatos de tanta ser a sofreguidão em ir votar.
Não sou suficientemente egocêntrico para acreditar que há uma relação causa-efeito entre o meu apelo aos eleitores e a resposta do povo, mas houve fenómenos que me levaram a desconfiar disso. O presidente da Câmara da Chamusca, por exemplo, para além de ter ido votar decidiu dar espectáculo e fez questão de rabiscar a cruzinha à vista de todos, em cima da urna. Não sei se o fez por ter medo de ficar sozinho na cabine de voto, se por gostar de fazer as coisas todas às claras, se por idiotice ou se apenas para me contrariar, com uma tirada do género: “ai não queres que a malta vote, então toma lá disto seu safado que é para veres o que é bom!”. Enfim…
Quem também quis fazer tudo às claras foi a GNR, que na noite de domingo lembrou-se de cortar um dos sentidos da A1 junto à área de serviço de Santarém para inpeccionar a pente fino automobilistas e respectivas viaturas. Se a intenção desta acção era demonstrar ao país a preocupação das autoridades (e do Governo, claro!) com a segurança rodoviária e combate à criminalidade, então é melhor corrigirem o tiro para a próxima. É que deixarem milhares de pessoas paradas, no final de um fim-de-semana, mais de uma hora na auto-estrada – onde se paga, e não é tão pouco como isso, para se chegar com mais rapidez e segurança ao destino – não lembra ao Diabo. E desta vez a culpa não é do Cabrita…
Termino com uma sonora buzinadela de protesto do Serafim das Neves

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