Opinião | 12-05-2022 06:59

O aumento do preço do ouro e a regionalização

JAE

Numa altura em que se fala na realização de um novo referendo para a regionalização confirma-se que o processo de descentralização de muitos serviços para as autarquias está a ser um falhanço.

O processo sobre o Cartel da banca em que estão envolvidos onze das maiores entidades bancárias a operar em Portugal pode prescrever. O julgamento está suspenso depois do tribunal da Concorrência, em Santarém, ter dado os factos como provados. As coimas ascendem a mais de 220 milhões de euros.
Na passada semana reuniram-se cerca de três dezenas de especialistas em Floresta e ordenamento do território. A conversa foi proveitosa, mas as soluções que têm de ser implementadas no terreno demoram muitos anos, mesmo que comecem já amanhã. O Governo anuncia que vai começar uma política de arrendamento forçado a quem não cuida das suas propriedades, mas da ameaça até à concretização muita floresta ainda vai arder; pior que isso; a fileira florestal diminui a um ritmo nunca visto e os preços da matéria-prima aumentaram mais de cinquenta por cento nos últimos anos. Entretanto os terrenos ao abandono, resultado dos últimos grandes fogos, aguardam políticas concretas do Governo.
O preço do ouro em barra subiu para os 56 euros o grama; sempre que a economia treme o ouro é o grande refúgio dos investidores. Como o mundo não pára, e os países que fabricam armas de guerra não são empresários inocentes, começa a ser normal encontrar nos jornais e nas televisões notícias do género: “Bitcoin é melhor investimento do que o ouro”. A maioria de nós não sabe o que é uma Bitcoin mas o mundo novo está aí para nos virar de cabeça para baixo e ensinar a andar com a testa no chão.
José Sócrates pode refazer a sua vida no Brasil se Lula da Silva ganhar as eleições; Quem sabe acaba por lá também a sua licenciatura em engenharia; todos os bancários que durante anos andaram a enganar os clientes do BES, por ordem de Ricardo Salgado, certamente que dormem tranquilos e têm sonhos azuis. A TAP não vai ser vendida sem o Governo largar mais uns biliões de euros, e Portugal vai continuar a ter os combustíveis mais caros da Europa, os impostos mais pesados, a Justiça mais lenta do mundo se não contarmos com a Venezuela, o Brasil e os países de partido único.

Numa altura em que se fala, quase com toda a certeza, na realização de um novo referendo para a regionalização, confirma-se que o processo de descentralização de muitos serviços para as autarquias está a ser um falhanço. Uma Nação onde os governantes do país não se entendem, regra geral, com os governantes das câmaras municipais, vai ser regionalizado para que efeito e com que intenções? Vamos todos finalmente cuidar das margens do Tejo e do assoreamento do rio, contratar Guarda-Rios e fiscalização para o uso abusivo de químicos e o excesso de consumo da água na agricultura e o combate ao Siluro? Será que quem não é capaz de governar um rio em conjunto é capaz de governar, em equipa, os interesses de uma região? Olhando à volta, vendo como se governa em muitas autarquias, tenho dúvidas, e não ponho as mãos no fogo conhecendo, como conheço, alguns dos autarcas mais preguiçosos das novas gerações. JAE.

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