Opinião | 30-06-2022 06:59

Um recado para a ERC e os seus 4 reguladores de serviço

JAE

ERC arquiva queixa de António Valadas da Silva, dá razão a O MIRANTE, mas os quatro reguladores citados neste artigo não deixaram de dar um “caldinho” aos jornalistas como se vivêssemos no tempo do “respeitinho é muito bonito” e “toma lá que já almoçaste”.

O Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social emitiu um parecer com 15 páginas em cima de uma queixa do antigo director do IEFP, António Valadas da Silva, que deita por terra qualquer pretensão do dirigente do Estado em condenar O MIRANTE pelo abuso de liberdade de imprensa. Mesmo assim, os quatros membros da ERC pedem aos jornalistas de O MIRANTE que sejam cautelosos no uso de alguns termos.

O desplante de Sebastião Póvoas, Francisco Azevedo e Silva, João Pedro Figueiredo e Fátima Resende, os quatro membros do conselho regulador da ERC que assinam o documento, são, no mínimo, caricatos já que ao longo das 15 páginas do parecer fica provado aquilo que um juiz do Tribunal de Santarém decidiu em favor de O MIRANTE. Os membros da ERC até podiam citar as declarações da advogada do IEFP durante o julgamento, que denegriram a imagem de uma instituição do Estado, e de uma empresa que confiou na sua direcção e nos seus funcionários; os membros da ERC podiam até analisar o comportamento de um dirigente de um organismo do Estado que fez terrorismo contra a administração de O MIRANTE, valendo-se das prerrogativas de quem trabalha para o Estado e sabe que tem “a faca e o queijo na mão”. A verdade é que o jurista da ERC só se preocupou em tentar descortinar uma falha dos jornalistas de O MIRANTE, escrutinando da qualidade e da oportunidade do nosso trabalho editorial; e não ficaram dúvidas, acompanhadas pela opinião de ilustres constitucionalistas que o jurista da ERC citou ao longo do texto como Jónatas Machado, Gomes Canotilho, Vital Moreira, Costa Andrade entre outros, de que os jornalistas de O MIRANTE cumpriram a sua missão.

Sebastião Póvoas, Francisco Azevedo e Silva, João Pedro Figueiredo e Fátima Resende – FOTOS ERC
Sebastião Póvoas, Francisco Azevedo e Silva, João Pedro Figueiredo e Fátima Resende – FOTOS ERC

Está no texto, claramente, que O MIRANTE foi vítima das funcionárias do IEFP dirigido pelo bonacheirão do António Valadas da Silva, que durante nove anos se recusou a pagar o que devia, o que obrigou a empresa editora de O MIRANTE a recorrer ao tribunal e a chamar como testemunhas dois anteriores presidentes do IEFP. Para os quatro reguladores, os jornalistas têm razão, mas deveriam ser mais moderados nas palavras que escreveram para evitarem o “sensacionalismo”.
Ficam aqui algumas perguntas para os quatro membros da ERC que assinaram este relatório que deve ter custado uma pipa de massa à instituição: e se elaborassem uma lista de termos a que os jornalistas podem recorrer quando um tipo que domina o maior instituto público do país resolve fazer terrorismo de Estado? E se enviassem uma lista de procedimentos a todos os jornalistas que têm obrigação de escrutinar o poder político com termos que condenem claramente os dirigentes que tratem a generalidade dos cidadãos como ovelhas estúpidas? E se fossem dar uma voltinha aos arquivos da PIDE que censuraram durante meio século da mesma forma que agora nos querem censurar os termos usados nos nossos artigos embora sejam no limite da liberdade de Imprensa? Foi para nos meterem medo Senhores Reguladores? Não há jornalistas por mais injustiçados que sejam que não mereçam um caldinho, é isso? JAE

Mais Notícias

    A carregar...
    Logo: Mirante TV
    mais vídeos
    mais fotogalerias

    Edição Semanal

    Edição nº 1660
    17-04-2024
    Capa Vale Tejo
    Edição nº 1660
    17-04-2024
    Capa Lezíria/Médio Tejo