Rui Rei e os restantes eleitos da bancada da Coligação Mais, liderada pelo PSD, decidiram abandonar a sessão da Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira, no dia 18 de Junho, em protesto contra a “condução de trabalhos prepotente, anti-democrática e fora das regras tomadas em comissão permanente”.

Em causa esteve a decisão da mesa daquele órgão de não autorizar a votação de uma moção apresentada pela Coligação Mais, porque, segundo o presidente da assembleia municipal, Fernando Paulo Ferreira (PS), os 60 minutos reservados ao período antes da ordem do dia já tinham sido ultrapassados.

Depois de a moção ser apresentada por Rui Rei, o presidente da mesa anunciou que só restavam três minutos para terminar aquele período e que só haveria condições de se proceder à votação, caso os restantes partidos prescindissem da discussão do documento. Bloco de Esquerda, CDU e PS não aceitaram votar sem antes haver debate. Rui Rei não gostou da decisão e enquanto o presidente da câmara, Alberto Mesquita (PS), usava da palavra, interrompeu-o e anunciou: “A minha bancada abandonará os trabalhos porque não aceita a forma como foram conduzidos e a partir de hoje, cada vez que isso acontecer nós sairemos ou tomaremos outras decisões”.

Aquando da apresentação da moção, Rui Rei referiu, por diversas vezes, que a sua bancada queria que a votação da moção - acerca do fim da parceria público-privada no Hospital Vila Franca de Xira - acontecesse naquele período, para que pudesse ter efeito imediato, e não num outro dia, caso aquela sessão não ficasse terminada nessa data.

Eleitos regressaram à assembleia

Devido à extensão da ordem de trabalhos, e tal como Rui Rei previra, a sessão teve de ser interrompida e retomada no dia seguinte, 19 de Junho, com a bancada da Coligação Mais a fazer-se representar. A O MIRANTE, Rui Rei justificou a decisão pelo facto de o presidente da mesa ter reconhecido que deveria ter colocado às bancadas a decisão de votarem ou não a moção.

Moção aprovada mas com votos contra do PCP e BE

A moção em causa vem exigir ao Governo que respeite a posição dos cinco municípios e que, em última instância, a população seja chamada a votar em referendo local a decisão da gestão do Hospital Vila Franca de Xira. O documento foi aprovado, com os votos contra das bancadas do PCP e BE.

Recorde-se que uma semana antes, os municípios servidos pelo Hospital Vila Franca de Xira (HVFX) manifestaram total confiança no funcionamento e nos profissionais dessa unidade de saúde, afirmando que a resposta que este equipamento tem dado às populações é muito positiva.