Política | 06-09-2019 07:00

Vereador da oposição chama mentiroso ao vice-presidente António Oliveira

Vereador da oposição chama mentiroso ao vice-presidente António Oliveira

Ânimos exaltados na última reunião de Câmara de Vila Franca de Xira.

Rui Perdigão, vereador do Bloco que em tempos chamou “palhaço” ao presidente da assembleia municipal, chamou mentiroso ao vice-presidente do município, António Oliveira, que não esteve na reunião. O presidente Alberto Mesquita classificou a situação como grotesca e intolerável.

O vereador do Bloco de Esquerda Rui Perdigão, que substituiu na última semana Carlos Patrão, ausente de férias, no executivo da Câmara de Vila Franca de Xira, chamou mentiroso ao vice-presidente do município, António Oliveira, que também estava ausente e exigiu-lhe um pedido público de desculpas.

Em causa está uma obra de construção de novos depósitos da fábrica da Central de Cervejas no Forte da Casa, junto ao reduto 35 das Linhas de Torres. Segundo Perdigão, o autarca afirmou numa das últimas reuniões de câmara que já existiria um parecer da Direcção Geral do Património Cultural sobre a obra em curso, quando na verdade esse parecer ainda nem teria sido pedido.

“Ele sabia que estava a aguardar-se por parecer e por isso não podia estar aqui a sacudir a água do capote a dizer que já havia parecer emitido há três anos e a dizer que estava tudo bem, quando afinal não estava. Mentiu e devia pedir desculpa. Se mentiu, mentiu”, criticou Rui Perdigão.

O presidente do município, Alberto Mesquita (PS), não conseguiu ficar calado e acusou o rival político de desfaçatez, dizendo que a atitude é “intolerável” e pouco elevada. Mesquita cortou a palavra a Perdigão, acusando-o de violar o bom senso, elevação e dignidade do órgão. Perdigão respondeu lamentando que o assunto, por incomodar, não pudesse continuar a ser discutido, lembrando que apenas queria “apurar a verdade dos factos”.

Mesquita criticou a atitude “grotesca e indelicada” de Perdigão, ainda para mais numa reunião em que António Oliveira não se encontrava presente para se poder defender. Esta não foi a primeira vez que Rui Perdigão se envolveu em situações deste género. Já no passado foi processado por chamar “palhaço” ao anterior presidente da Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira, o já falecido João Quítalo, e em 2012 também Mesquita perdeu a compostura chamando-lhe “canalha” em plena assembleia depois de uma discussão acalorada.

Em curso junto ao forte 35 está a construção de um conjunto de depósitos da Central da Cervejas que visam aumentar a capacidade de armazenamento e produção da empresa sediada em Vialonga. Os terrenos são privados e foram alvo de uma operação urbanística aprovada em reunião de câmara. As maiores preocupações focaram-se na proximidade de um reduto das Linhas de Torres que carece de preservação e recuperação. Os arqueólogos do município estão a analisar o reduto no sentido de perceber até que ponto pode ser recuperado. “Se for possível faremos a exigência de recuperação junto da Central de Cervejas”, explica o autarca, que assegura a legalidade de todo o processo.

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