Política | 31-01-2020 12:30

Concelhia do PS esfrangalhada vai ser controlada pelo poder autárquico

Concelhia do PS esfrangalhada vai ser controlada pelo poder autárquico

Fernando Pratas, opositor à lista única da vice-presidente da câmara, diz que o partido já não existe na Chamusca, que está sujeito a vontades tiranas e que nestas eleições vai-se acabar a democracia no partido.

Os socialistas no poder na Câmara da Chamusca preparam-se para tomar conta da concelhia do partido, que até agora tem sido liderada pelo administrador da Resitejo, Diamantino Duarte, beneficiando do facto de não terem concorrência porque o partido está desfalcado de militantes. A secção local só tem cerca de cinco dezenas de militantes e dificilmente é possível constituir duas listas. Com as eleições à porta, no dia 1 de Fevereiro, as movimentações para a concelhia foram abafadas e a vice-presidente da autarquia, Cláudia Moreira, ganhou o primeiro lugar da lista, afastando os opositores internos.

Fernando Pratas era um dos possíveis opositores ao domínio da lista pelos próximos do presidente da câmara, Paulo Queimado, mas não conseguiu arranjar militantes suficientes, sobretudo mulheres para cumprir as regras da paridade, porque Cláudia Moreira já tinha o trabalho avançado. O próprio actual presidente da concelhia refere a O MIRANTE que teve intervenção para se arranjar uma lista, porque quer voltar a ser militante de base e surge em último lugar da lista de pouco mais de duas dezenas de elementos.

Foi mesmo Diamantino Duarte que impôs Nuno Mira, funcionário na Resitejo, como número dois de Cláudia Moreira. Porque, considera, é um bom quadro do PS. Nuno Mira vem reforçar ainda mais o controlo autárquico da concelhia, já que entretanto foi convidado para adjunto de Paulo Queimado, com a reestruturação do gabinete do presidente da câmara, de onde saiu Rui Hipólito, que era chefe de gabinete. Nuno Mira tinha dito a O MIRANTE, em meados de Novembro de 2019, que tinha intenções de avançar com uma lista alternativa.

Fernando Pratas, que já foi presidente da concelhia, em declarações a O MIRANTE, refere que a vontade de constituir uma lista alternativa surgiu da “indignação” com que ficou perante tanta “maquiavelice” dentro do partido. Fala mesmo numa situação em que deixa de haver democracia no partido. Por outro lado, e apesar de não conseguir avançar com uma lista às eleições, diz que uma coisa foi alcançada: “Todo este meu movimento serviu para perceber que há muita gente descontente dentro do PS na Chamusca”.

Pratas, ex-vereador da Câmara da Chamusca e ex-presidente adjunto da Federação Distrital do PS, comenta mesmo que o partido não existe na Chamusca, referindo-se ao fraco número de militantes e ao facto de estar dominado por uma facção. “O partido está morto, por causa das ideologias tiranas de meia dúzia de pessoas”. Fernando Pratas lamenta ter tido pouco tempo para constituir a lista, uma vez que tudo foi pensado “em cima do joelho”, mas serviu para “acordar muita gente e deixar viva a ideia de que há mais gente no PS que começa a acordar”.

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